Combate à violência: Banco Vermelho é instalado pela Justiça Federal da 1ª Região
segunda-feira, 20 de outubro de 2025, 12h13

O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) instalou, no Edifício Sede I, em Brasília (DF), o Banco Vermelho — símbolo de combate à violência contra a mulher e ao feminicídio. A iniciativa da Comissão de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação (CPefamas), dirigida pela desembargadora federal Ana Carolina Roman, reforça o compromisso do tribunal em mais uma ação para conscientizar e prevenir essa forma de violência.
O Banco Vermelho do TRF-1 traz a seguinte mensagem: “Violência contra a mulher é crime!”. E ainda estampa os seguintes canais de denúncia por telefone:
- Denuncie: 190
- Informações: 180
- Ouvidoria TRF: (61) 3314-5855
Sobre o Banco Vermelho
O Banco Vermelho é um símbolo internacional de enfrentamento à violência contra a mulher e ao feminicídio. A iniciativa, que nasceu na Itália em 2016, surgiu quando duas mulheres, após perder amigas vítimas de feminicídio, decidiram transformar a dor em mobilização social.
A cor vermelha dos bancos representa o sangue derramado pelas vítimas e serve como alerta permanente sobre a gravidade da violência de gênero. O gesto simples e simbólico se espalhou por várias cidades italianas e inspirou campanhas em outros países.
No Brasil, o projeto foi trazido pelas brasileiras Andrea Rodrigues e Paula Limongi, que fundaram o Instituto Banco Vermelho (IBV) por terem sido impactadas pela perda de amigas em crimes de feminicídio. Desde então, a iniciativa foi implementada em diferentes cidades até ser oficializada pela Lei n. 14.942/2024, que incluiu o Banco Vermelho entre as ações do “Agosto Lilás” — mês nacional de conscientização pelo fim da violência contra a mulher.
Compromisso coletivo
Os bancos vermelhos são instrumentos de educação e mobilização social e costumam trazer mensagens sobre os tipos de violência previstos na Lei Maria da Penha e informações sobre canais de denúncia, como o Ligue 180 — Central de Atendimento à Mulher. A proposta é que o ato de se sentar no banco gere uma reflexão sobre a realidade da violência de gênero. Ao se levantar, que a pessoa se sinta motivada a contribuir para a transformação social.
Além disso, os bancos também homenageiam as mulheres que tiveram suas vidas interrompidas pela violência e reforçam a necessidade do compromisso de todos, especialmente de quem atua no sistema de justiça.
Dados recentes do Anuário Brasileiro de Segurança Pública mostram que os índices de violência contra a mulher permanecem altos, com aumento de casos de feminicídio, estupro e violência psicológica, muitas vezes dentro do ambiente doméstico, onde deveria haver segurança.
Em 2024, foram contabilizados 87.545 estupros e estupros de vulnerável. Desse total, 88% das vítimas eram do sexo feminino, 77% das vítimas tinham menos de 14 anos e 66% dos casos ocorreram dentro de casa.
A instalação do Banco Vermelho convida servidoras, servidores, cidadãs e cidadãos a refletirem sobre seus papéis na construção de uma sociedade mais justa. Cada palavra, atitude e silêncio tem impacto na realidade da violência de gênero. O movimento também reforça a importância da participação ativa dos homens, que devem assumir seu papel na transformação social, rompendo o silêncio e promovendo a igualdade.
Fonte: TRF-1