MPPE oferece denúncia de feminicídio sobre assassinato da estudante de gastronomia
quarta-feira, 29 de setembro de 2021, 10h54
O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) ofereceu denúncia de feminicídio sobre o caso da estudante de gastronomia, Rosana do Nascimento Nonato, de 46 anos, que teve o corpo encontrado no Canal da Lava Tripa, em Olinda, no dia 1º de setembro de 2021.
Segundo a promotora de justiça da 8ª Promotoria de Justiça Criminal de Olinda, Isabel de Lizandra Penha Alves, que está à frente do caso, a peça foi realizada no último dia 15 de setembro.
“A violência doméstica e familiar é uma questão preocupante e que envolve diversos setores. É fundamental a criação de um projeto/ação com o objetivo de mudar o comportamento do agressor, convocando diversos órgãos do Estado. É preciso buscarmos ferramentas para a mudança dessa realidade", afirmou a promotora de Justiça.
"Antes da pandemia, os crimes praticados com violência doméstica eram cometidos, na sua maioria, nas segundas-feiras, após o uso excessivo de bebidas alcoólicas. Contudo, veio o contexto pandêmico e percebemos um aumento nos números de casos, em todos os dias da semana. Precisamos fomentar políticas públicas de fortalecimento dos vínculos familiares, bem como da importância do cuidado com a família. É necessário antever as questões que envolvem o tema, na busca de coibir e diminuir os índices de violência, que aumentaram bastante com a pandemia. Os crimes de violência doméstica são praticados, em elevado número, todos os dias da semana. Precisamos combater a masculinidade tóxica”, salientou Isabel de Lizandra Penha Alves.
Suspeito de ter cometido o crime, o ex-noivo de Rosana foi preso em flagrante e encaminhado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Ele foi encontrado portando o relógio da vítima. O Canal da Lava Tripa, onde foi encontrado o corpo já em estado avançado de decomposição, fica nas proximidades da residência dele. O Corpo de Bombeiros foi acionado e realizou a remoção.
Desde o dia 29 de agosto que a estudante estava desaparecida, segundo informações dos familiares. Eles revelaram que Rosana viveu um relacionamento abusivo e sentia medo do ex-noivo. Por isso, havia reatado com ele há pouco tempo. Inclusive, na última vez em que foi vista, estava acompanhada do suspeito. Eles teriam ido a um pagode e depois dormiram na casa dele.
Sem velório, o enterro da vítima foi realizado em grande comoção no dia 2 de setembro, sob pedidos de justiça através de amigos e familiares inconformados.
Fonte: MPPE