MPSP - Denunciado pela morte de três mulheres é condenado a 46 anos em Votorantim

Para promotor, réu demonstrou misoginia e objetificação das vítimas.

Na última sexta-feira (20/10), o Plenário do Júri em Votorantim condenou um homem a 46 anos de prisão pela morte de três mulheres. Os crimes ocorreram nos anos de 2014, 2015 e 2017.

Os jurados acolheram integralmente os pedidos formulados pelo Ministério Público durante os debates, sentenciando o réu pela prática de três homicídios qualificados pelo meio cruel e emprego de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas. Em relação a duas das mortes houve ainda o reconhecimento do agravante de feminicídio, caracterizado pelo menosprezo e pela discriminação à condição de mulher, tendo sido praticados já durante a vigência da Lei 13.104/2015.

Conforme o sustentado pelo promotor de Justiça Emerson Martins Alves, “a conduta do réu manifestou patente misoginia (repulsa, desprezo ou ódio contra as mulheres) e objetificação (análise do indivíduo a nível de objeto, sem considerar seu aspecto emocional ou psicológico) das vítimas”.

O mesmo caso havia sido submetido a julgamento em novembro de 2021, quando houve absolvição em relação a dois dos homicídios. Porém, após recurso da Promotoria, a decisão foi anulada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que a considerou manifestamente contrária à prova dos autos.

Além desses três crimes, o réu ainda havia cometido outro homicídio contra mulher, no final de 2017. Por esse crime, ele foi definitivamente condenado à pena de 14 anos de reclusão, no início de 2020.

FONTE: MPSP