MPSP: Denúncia do GAECO acusa guardas municipais de organização criminosa e comércio ilegal
terça-feira, 20 de agosto de 2024, 13h51
Alvos foram investigados no âmbito da Operação Salus et Dignitas
O Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) ofereceu nesta quinta-feira (15/8) nova denúncia no âmbito da Operação Salus et Dignitas, esta atingindo cinco pessoas. Entre os alvos estão guardas municipais, um ex-integrante da corporação e um homem que já cumpriu pena por crimes patrimoniais. Os acusados podem responder por organização criminosa e comércio ilegal de arma de fogo. Dois deles, que comercializaram medicamento de efeito abortivo, integram a denúncia também por infração ao artigo 273 do Código Penal, que trata da falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins terapêuticos, ou medicinais.
Segundo o apurado, os denunciados agiam na região central de São Paulo, notadamente na área conhecida como cracolândia, fazendo parte do que as autoridades caracterizaram como um ecossistema ilícito controlado pelo PCC. Ainda de acordo com os investigadores, um grupo formado por guardas civis é responsável pelo "comércio de armas de fogo e de aparelhos bloqueadores de sinais, que, por sua vez, fomenta a subsistência do que se denomina 'criminalidade de massa', ou seja, os índices alarmantes de ilícitos penais patrimoniais".
Durante cumprimento de mandado de busca e apreensão, 147 módulos de motocicletas sem origem lícita comprovada, além de três caixas com peças de motocicletas, uma embalagem fechada com munição calibre .32, com dez cartuchos e um revólver calibre .38 foram encontrados na casa de um dos acusados. Os investigadores identificaram ainda diversas conversas entre os denunciados evidenciado operações irregulares de compra e venda.
A Operação Salus et Dignitas foi deflagrada no começo do mês pelo MPSP com o apoio do governo do Estado, da Polícia Militar, Polícia Civil, Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal e do Ministério do Trabalho. Os trabalhos resultaram em um golpe contundente contra a criminalidade organizada que passou a agir no centro de São Paulo. Durante as investigações, constatou-se que o PCC vem atuando de maneira estratégica na área, replicando a lógica dos agentes econômicos, só que nos mercados ilícitos. Ao garantir o controle de um território específico, consegue-se maximizar os lucros por meio de atividades irregulares diversificadas, ao mesmo tempo em que restrições que limitam sua expansão são superadas. Na visão das autoridades envolvidas com a operação, o ambiente de desordem favorece a prática de atividades ilícitas, sendo os consumidores de entorpecentes, dentre outros, vítimas das organizações criminosas.
Fonte: MPSP