Plataforma GeoRedus passa a reunir dados sobre mobilidade urbana e emergências climáticas
por Redação USP
segunda-feira, 22 de setembro de 2025, 14h33
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Dados sobre mobilidade e emergência climática passam a integrar a plataforma GeoRedus, uma iniciativa do Centro de Estudos da Metrópole (CEM-USP), em parceria com a Frente Nacional de Prefeitos. A ferramenta busca oferecer indicadores detalhados para apoiar políticas públicas em todos os 5.570 municípios brasileiros. Quem explica é a coordenadora do projeto e professora da Escola Politécnica da USP, Mariana Giannotti.
Para ela, a inovação está em disponibilizar informações em nível intraurbano: “A GeoRedus é uma plataforma que foi feita para disponibilizar dados abertos para todos os 5.570 municípios do Brasil. Então, de forma inovadora, a plataforma propicia um ambiente de visualização de dados espaciais intra-urbanos. A gente tem muitas plataformas do Brasil que têm indicadores gerais para o município, mas agora a GeoRedus mostra isso dentro do ambiente urbano, de forma desagregada, espacialmente, para dimensões que estão associadas às grandes bases nacionais que o Brasil tem disponível.”
Os dados envolvem população, infraestrutura, educação e saúde, com curadoria feita em parceria com gestores municipais. Mariana explica o trabalho de curadoria feito, em que se trabalhou para transformar esses levantamentos em indicadores de fácil interpretação ao gestor. A novidade é a inclusão dos temas de mobilidade urbana e de emergências climáticas: “Esses outros dois temas têm desafios específicos, porque a gente não tem dados sistematizados de uma maneira que a gente consiga facilmente incluir. A gente vai começar, por exemplo, na mobilidade, com algumas variáveis que estão disponíveis no Open Street Map, como toda a infraestrutura cicloviária, e também com variáveis do censo, que a gente vai separar e calcular indicadores que facilitem a interpretação dos gestores”.
Calendário internacional
Na frente climática, o projeto se conecta ao calendário internacional: “A gente tem trabalhado para fazer esse levantamento, que não é simples, das variáveis que são de base para a gente fazer os mapeamentos de risco. O Brasil tem muitas iniciativas maravilhosas, mas estão espalhadas, e essa é uma das dificuldades. A gente espera, até a COP, já lançar algumas novas variáveis na plataforma, mas nossa meta maior mesmo é, até maio de 2026, lançar essa nova versão.”
A plataforma também terá projetos-piloto em municípios, que poderão subir suas próprias bases de dados: “Em breve, a gente vai anunciar um edital de seleção. Serão quatro municípios, a princípio, que a gente vai acompanhar mais de perto para desenvolver essa versão da plataforma GeoRedus, que permite aos municípios terem seus geoportais, não só para compartilhamento dos dados entre gestores, mas para a sociedade como um todo.” Além disso, novas funcionalidades estão em desenvolvimento, incluindo ferramentas de inteligência artificial para facilitar o acesso dos gestores às informações.
Por fim, Mariana destaca o sentido do nome da iniciativa: “Redus é a Rede de Desenvolvimento Urbano Sustentável, e o ‘Geo’ traz essa ideia do GeoPortal. A GeoRedus vem como essa plataforma para ampliar e potencializar a oportunidade de viabilizar informações, para que tenhamos políticas públicas informadas por evidências e dados.”