Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Levantamento da CNM revela que 89 Municípios ainda não possuem cobertura 4G, após uma década da chegada da rede ao Brasil

por CNM

terça-feira, 26 de julho de 2022, 07h58

 

Municipios sem cobertura

 

Enquanto o país se prepara para novas relações comerciais e uma revolução na esfera da gestão pública com a chegada da quinta geração de rede móvel – a rede 5G, com as operações comerciais previstas para 29 de setembro nas capitais e no Distrito Federal. Os Municípios buscam modernizar suas legislações urbanas para agilizar a instalação das antenas para receber a nova tecnologia e as oportunidades de negócios e serviços públicos para atender a população de maneira mais eficiente.

 

De outro lado, 89 Municípios vivem uma realidade completamente diferente, pois ainda aguardam a chegada da quarta geração de internet móvel, a rede 4G. Passado uma década de operações da rede 4G no país, para esses 89 Municípios, ainda é um desafio para a população e gestores destes territórios visualizar vídeos, realizar conversas por meio de aplicativos com a sua comunidade, promover transações comerciais e tornar a gestão pública mais digital, diariamente, além de dificuldades para se conectar com portais e iniciativas do governo federal.

 

A ausência da cobertura 4G nestes 89 Municípios, afeta mais de 731 mil brasileiros, que enfrentam processos diários de exclusão digital em graus distintos de acesso a serviços públicos digitais, auxílios emergenciais, acesso a direitos, que em um mundo conectado cada vez mais a relação cidadão e gestão pública tem sido intermediada por conexões.

 

Estes Municípios possuem redes 2G ou 3G, que são insuficientes para o acesso com agilidade a serviços bancários, educação à distância e informativos de saúde. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o celular, muitas vezes, é o único ou mesmo principal dispositivo que a população utiliza para acessar a internet, em especial, nos segmentos da população de menor renda.

 

Mapeamento

No mapeamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM), a partir de dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), é possível apontar que a região Centro-Oeste é a mais afetada, isto é, possui o maior quantitativo de Municípios sem acesso a rede 4G, a região lidera com 31 municípios.

 

Os Estados de Mato Grosso e Goiás, apresentaram a maior quantidade de Municípios do país sem cobertura 4G, respectivamente, 17 e 11. Seguida da Região Nordeste com 24 Municípios e o Piauí liderando com 5 Municípios nesta unidade da federação. Na Região Norte, 14, tendo o Tocantins na liderança com 7 Municípios. No Sudeste, o Estado de Minas Gerais é o único com 9 Municípios sem cobertura 4G e na região Sul, o estado do Paraná, lidera com seis Municípios, seguido do Rio Grande do Sul, com 5.

 

Segundo o levantamento, em sua grande maioria, a população destes Municípios é inferior a 30 mil habitantes, sendo que os vencedores do certame do Leilão 4G, em 2012, não tinham a obrigação de levar o 4G para os Municípios com população inferior a 30 mil. A expectativa com o Leilão 5G é assegurar a ampliação da cobertura e acesso à rede 4G ou superior para todos os Municípios do país até 2029. Este levantamento não leva em consideração aquelas municipalidades que possuem a cobertura 4G, porém a qualidade é deficitária e o acesso dificulta uma boa conexão, afetando bairros sem conexão, uma realidade que também dificulta o acesso da população a serviços.

 

Para a CNM, os Municípios têm papel importante em revisar suas legislações e criar mecanismos que incentivem a instalação de antenas nas áreas menos favorecidas. Por outro lado, o governo federal precisa avançar em políticas públicas de inclusão digital para viabilizar o acesso aos serviços de internet pela população mais vulnerável, que não tem condições de pagar preços comerciais pelo serviço. É preciso mais clareza da agenda governamental de iniciativas de políticas públicas para viabilizar o acesso da população de baixa renda aos serviços de internet, sem comprometer a renda desta população.

 

Fonte: Confederação Nacional dos Municípios


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