Ciclovias protegidas dobram número de ciclistas, mostra estudo
quarta-feira, 20 de agosto de 2025, 14h13
Número de ciclistas é 1,8 vezes maior em ciclovias protegidas do que em ciclovias padrão e 4,3 maior do que em trechos sem ciclovias
Pedalar é uma atividade física que faz bem para a saúde física e mental e que estende esses benefícios para além de quem pedala. Quanto maior o número de ciclistas em uma cidade, menor é o congestionamento, melhor é a qualidade do ar, menos barulhento é o ambiente urbano e maior é a segurança no trânsito. Mas, os perigos de pedalar nas cidades afasta muita gente deste tipo de transporte.
Por isso, o investimento em ciclovias e em trajetos seguros para ciclistas e pedestres é fundamental. E quando isso acontece, o número de pessoas que escolhem a bicicleta para ir e vir aumenta muito. É o que aponta uma nova pesquisa liderada por Nick Ferenchak, da Escola de Engenharia da Universidade do Novo México. O estudo revela que ciclovias protegidas levam a quase o dobro de ciclistas que circulam pelo local em comparação às ciclovias padrão.
“Cidades que buscam impulsionar mudanças no modo de deslocamento de bicicleta devem se concentrar na implementação de instalações para bicicletas de baixo estresse se quiserem melhor atender à população considerável de ciclistas em potencial menos confiantes”, disse Nick, professor associado de engenharia civil, de construção e ambiental na UNM e diretor do Centro de Segurança de Pedestres e Ciclistas.
Nick e Wesley Marshall, professor de engenharia civil da Universidade do Colorado em Denver, coautor do artigo, afirmam que cerca de 1,8 vez mais ciclistas utilizavam ciclovias protegidas do que ciclovias convencionais. Esse número saltou para 4,3 vezes mais quando comparado a quarteirões sem ciclovias.
A pesquisa inclui um universo grande: foram analisados mais de 14 mil quarteirões em 28 cidades dos Estados Unidos ao longo de seis anos.
O que são ciclovias protegidas?
As ciclovias protegidas são infraestruturas cicloviárias fisicamente separadas do tráfego motorizado por meio-fios, barreiras, vegetação ou estacionamento de veículos. Esses tipos de faixas reduzem o risco de colisões e o nível de estresse percebido pelos ciclistas.
Ferenchak afirmou que as descobertas podem ser vistas como uma confirmação da ferramenta de planejamento “Nível de Estresse no Tráfego de Bicicletas”. Essas ferramentas são utilizadas por engenheiros civis para ajudar a determinar qual infraestrutura viária seria melhor para ciclistas de diferentes níveis de experiência e idades. Quanto menos estresse uma área causar aos ciclistas, mais pessoas a utilizarão.
Ao comparar diferentes estruturas de ciclovias, os pesquisadores examinaram inicialmente cidades que tinham mais do que o dobro da média nacional de ciclistas, utilizando estimativas quinquenais da Pesquisa da Comunidade Americana. Quatorze cidades com altos índices de ciclistas foram pareadas com cidades com área geográfica, função, clima e tamanho populacional semelhantes, mas com um número muito menor de ciclistas.
Os pesquisadores também utilizaram mapas históricos de ciclovias, estudaram imagens históricas e entrevistaram funcionários da cidade. Em seguida, classificaram grupos de quarteirões por tipo de infraestrutura cicloviária e a quilometragem de cada tipo.
Eles descobriram que as ciclovias padrão aumentaram o número de ciclistas em comparação com ruas que não tinham infraestrutura para bicicletas, mas as ciclovias protegidas e com faixas de proteção incentivaram ainda mais pessoas a usar suas bicicletas em vez de caminhar, dirigir ou usar o transporte público.
“Embora um número maior de ciclistas possa não ser o objetivo principal de uma cidade, isso pode ajudar a reduzir o consumo de combustível, as emissões e os custos de transporte, ao mesmo tempo em que produz melhores resultados de saúde e maior segurança para os ciclistas”, disse Nick.
As faixas protegidas têm se mostrado particularmente eficazes em incentivar pessoas que, de outra forma, hesitariam em pedalar em ambientes urbanos complexos.
Mobilidade e muitos benefícios
Entre os benefícios das pedaladas como modo de transporte urbano, está a melhora direta da saúde de quem escolhe a bicicleta para ir e vir. Além da manutenção da massa muscular, aumento da resistência cardiovascular, melhora da disposição geral, existem outros fatores ligados à saúde mental como a diminuição do estresse e da ansiedade.
Mas, as vantagens da bicicleta vão muito além do bem que “a magrela” traz a quem pedala. A ciclo mobilidade é uma solução de transporte urbano que melhora a qualidade de vida para a população das cidades. Confira abaixo alguns benefícios da bike para a vida em centros urbanos:
- Redução do consumo de combustíveis fósseis.
- Redução de emissões poluentes.
- Menor gasto em transporte urbano.
- Melhoria na saúde pública.
- Maior segurança rodoviária para ciclistas e pedestres.
- Redução da poluição sonora.
- Menos congestionamento e tempo gasto nos deslocamentos
Fonte: Ciclo Vivo