Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Trabalho escravo e infantil é tema de fórum em Alta Floresta

segunda-feira, 14 de maio de 2007, 00h00

' Há quinhentos anos escravizamos negros, mulheres e crianças. Até quando teremos que nos reunir em auditórios e associações para discutirmos esse assunto? ' Foi esse o tom de indignação dado pelo procurador geral de Justiça, Paulo Roberto Jorge do Prado, na abertura do Primeiro Fórum de Trabalho Escravo Infantil e de Proteção ao Meio Ambiente do Trabalho no Portal da Amazônia.

O evento, que reuniu mais de 400 pessoas na sede da Associação Atlética do Banco do Brasil da cidade de Alta Floresta (802Km de Cuiabá) na última sexta-feira,11 de maio, teve como destaque a palestra de Paulo Prado que falou sobre o tema Trabalho Infantil. Entre os pontos fortes o procurador coloca a exploração de crianças em carvoarias, madeireiras e plantações.

De acordo com Prado o momento é de reflexão, ' É preciso que nós procuradores, promotores, juízes, sociedade organizada, tiremos a venda dos olhos e priorizemos as grandes questões sociais de nosso Estado. É importante que juntos sejamos capazes de enfrentar ações civis públicas, que possamos coibir a exploração de crianças e adolescentes.Essa é a principal finalidade desse encontro.'

Também participaram do evento o promotor de Justiça da comarca de Alta Floresta, Marcelo Caetano Vacchiano, e os procuradores do trabalho, Sandro Sardá e Eduardo Luís Amgarten.Para os representantes do MPT o quadro atual é alarmante, somente de janeiro a abril de 2007 foram libertadas cerca de 170 pessoas da condição de escravo em Mato Grosso. ' Nas madeireiras há um grande número de crianças e adolescentes trabalhando e um verdadeiro exército de trabalhadores amputados em acidentes; nos frigoríficos da região a situação remonta a condições de trabalho do século passado, pessoas trabalham de 12 a 14 horas por dia em atividades insalubres'.comenta o procurador Sandro Sardá.

No encerramento do Fórum foi assinada a Carta de Alta Floresta que trata de pontos referentes ao assunto, entre eles a declaração de que a mobilização social e o fortalecimento das lideranças locais é um importante instrumento na erradicação do trabalho escravo, infantil e proteção ao meio ambiente do trabalho. Segundo o promotor Marcelo Vacchiano a Carta vai ao encontro dos anseios da comunidade e reflete a necessidade de uma postura pró-ativa das autoridades competentes, isso considerando que Mato Grosso ocupa hoje o segundo lugar no ranking nacional da triste estatística em número de trabalhadores reduzidos à condição de escravos.

Clique aqui e veja a íntegra da carta de Alta Floresta

Assessoria de Imprensa do MPE

Ana Cristina Gomes 065 3613 5146 //  9983 5935

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