Gaeco prende Célio Alves
domingo, 08 de julho de 2007, 00h00
O pistoleiro e ex-PM Célio Alves de Souza foi recapturado na manhã deste sábado na região de fronteira com a Bolívia por uma equipe do GAECO - Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado. Três promotores de Justiça, Mauro Zaque, Célio Wilson e Joelson Campos Maciel e 27 policiais militares participaram da operação que contou com o apoio logístico do Gefron. A prisão aconteceu por volta das 5h30.
Para que obtivessem êxito, valeram-se de informações que o foragido ingressaria em território brasileiro a partir de quarta-feira, 04 de julho de 2007, desde então, montaram campana cercando uma extensão de aproximadamente 60 km, incluindo todas vicinais e caminhos possíveis de serem utilizados como rota de fuga. O tenente-coronel Zaqueu Barbosa explicou que foram montados pontos de interceptação.
A prisão aconteceu no momento em que ele passava por uma "cabriteira", como são conhecidas as diversas estradas secundárias que atravessam a fronteira. "Ficamos desde quarta à espreita, em diversos pontos de interceptação", disse Mauro Zaque. "Ele vinha a pé pela cabriteira e atirou quando foi dada a voz de prisão". Segundo ele, Célio sacou uma espingarda calibre 12 e atirou, ferindo o capitão PM Lesco.
Os PMs, utilizando-se dos meios necessários e com a cautela para preservar a vida de Célio, revidaram e o atingiram no quadril. Ferido, não teve como fugir e foi preso. Em seguida, o ex-soldado foi levado para um hospital em Cáceres onde recebeu os primeiros socorros. Mais tarde, em um comboio, foi trazido para Cuiabá e internado no Hospital Universitário Júlio Muller.
Ele estava foragido da justiça desde 25 de julho de 2005 quando escapou da penitenciária de Pascoal Ramos em Cuiabá. Para o promotor de Justiça Célio Wilson, a prisão teve um significado especial “ é a sensação do dever cumprido, já que na época da fuga do ex- soldado foi exposta a fragilidade do sistema prisional”.
Condenado a quase 80 anos de prisão e acusado de fazer parte do braço armado da organização criminosa comandada por João Arcanjo Ribeiro, Célio Alves era até então o foragido condenado mais procurado de Mato Grosso.
O procurador-geral de Justiça, Paulo Roberto Jorge do Prado, disse que a prisão representa muito para a Justiça no Estado. "Significa que não há impunidade. Ministério Público, Polícia Civil e Militar não vão aceitar que o crime organizado dite as regras do jogo", afirmou Prado.
De acordo com a procuradora de Justiça e Coordenadora do Gaeco, Eliana Cícero de Sá Maranhão Ayres, só foi possível chegar ao paradeiro de Célio graças ao serviço de inteligência do Gaeco que intensificou as buscas pelo ex-policial militar a partir de abril. “Nossa equipe não mediu esforços, diuturnamente trabalhou de forma incansável o que garantiu o sucesso da operação,” destacou Eliana.
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