Investigação foi como 'formiguinha'
quarta-feira, 17 de outubro de 2007, 00h00
As movimentações de João Arcanjo Ribeiro já vinham sendo monitoradas pelo Gaeco há mais de um ano, mas nos últimos três meses as ações foram intensificadas. 'Este tipo de organização criminosa tem que ser sempre acompanhada', enfatizou Mauro Zaque. A coordenadora geral do Gaeco, promotora Eliana Maranhão disse que o trabalho foi de inteligência e de 'formiguinha' para conseguir reunir todas as provas.
Para desenvolver a operação, o Gaeco enfatizou ainda que contou com o apoio do secretário adjunto de Justiça, Carlos Santana. A coordenadora do Gaeco revelou, inclusive, que nos últimos 45 dias das investigações, o Gaeco pediu ao secretário que nenhuma providência fosse tomada em relação às visitas constantes que o 'Comendador' recebia, para que as provas pudessem ser colhidas. 'Foi um trabalho em conjunto', acrescentou.
Outro lado - O secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, Carlos Brito afirmou ontem que vários pedidos de visita a João Arcanjo Ribeiro foram negados justamente para manter o controle e que se ocorreram visitas sem autorização, serão investigadas. O secretário adjunto, Carlos Santana, acrescentou que as visitas constantes eram dos advogados.
Santana destacou ainda que nenhum agente prisional foi preso ou acusado de facilitação e que o genro de Arcanjo fazia as visitas nos dias permitidos, por ser familiar.
Quanto aos policiais presos ontem, o secretário Carlos Brito também afirmou que serão investigados. O comandante da PM, coronel Campos Filho disse que a prioridade é o 'combate a corrupção' e que não aceita policiais com desvio de conduta na corporação. 'A PM não se intimidou em cortar na própria carne, o que demonstra que Mato Grosso está preparado para combater o crime organizado', disse o promotor Mauro Zaque sobre a parceria da PM na operação Arrego. (AF)