MPT e MPE lançam campanha de combate ao trabalho escravo em Rondonópolis
quarta-feira, 07 de maio de 2008, 00h00
'Quem aceita o trabalho escravo, ajuda cavar esta cova'.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) e Ministério Público do Estado de Mato Grosso com apoio da Assembléia Legislativa lançaram nesta terça-feira (06) a campanha estadual de combate ao trabalho escravo com o tema 'Quem aceita o trabalho escravo, ajuda cavar esta cova'. Tem como objetivo esclarecer a população sobre a gravidade do trabalho escravo e quais os tipos de situações que são classificadas como análogas à de escravo e mostrar a realidade nos dias atuais e sensibilizar a sociedade para tomar partido na defesa da dignidade humana.
O procurador geral de Justiça do Estado de Mato Grosso, Paulo Roberto Jorge do Prado, e o procurador do Trabalho da 23ª Região, Paulo Douglas Almeida de Moraes, além de juízes, representantes de associações e entidades de classe, promotores e membros da comunidade em geral, prestigiaram o lançamento da campanha. A solenidade foi aberta com a apresentação do coral infantil da Fundação André Maggi. Antes de Rondonópolis, a campanha foi lançada em Cuiabá (28/4), devendo percorrer agora outras cidades pólos do interior do Estado.
Conforme o procurador Paulo Douglas, o trabalho escravo é uma preocupação não só estadual, mas nacional. Na região sul do Estado, o procurador observou que a incidência de trabalho escravo é menor, mas existe. Há, inclusive, casos recentes constatados na região de Rondonópolis. Paulo Douglas observou à reportagem que, até então, o Governo do Estado era resistente em reconhecer o problema, havendo agora um avanço concreto com a criação da Comissão Estadual de Erradicação do Trabalho Escravo, instituída recentemente pelo governador Blairo Maggi.
Conforme Paulo Prado, as pessoas hoje têm certa dificuldade em discernir que situações configuram como trabalho escravo, pois geralmente há uma associação com a existência de pessoas mantidas acorrentadas e presas – como no passado.
Prado salientou que se configura como trabalho escravo, por exemplo, a existência de pessoas em locais de trabalho com água suja para beber, sem acesso a banheiros, comida em péssimas condições, alojamentos em condições humilhantes, falta de equipamentos de proteção, entre outros. "Isso carateriza exploração, escravidão, porque a dignidade do ser humano é reduzida a nada", explicou.
Com a campanha, o procurador geral externou que quer mobilizar os bons empresários e toda a sociedade, esclarecendo sobre a gravidade do problema e mostrando que tipos de situações são classificadas análogas à de escravo. Inclusive, destacou que o trabalho escravo, portanto, pode estar também na zona urbana, em empresas que não se atentam, por exemplo, no suprimento de equipamentos de proteção dos seus funcionários, colocando a saúde e integridade dessas pessoas em risco. Além de desrespeitar a dignidade humana, lembrou que o trabalho escravo denigre a imagem de Mato Grosso no Brasil e no Mundo, inviabiliza os produtos estaduais no exterior, entre outros.
imprensa@mp.mt.gov.br
com A Tribuna Rondonópolis(MT)
Márcio Sodré