MPPE - Promotoria de Cidadania da Pessoa Idosa participa de reunião pública da Câmara do Recife sobre centro de convivência

04/10/2021 - “A importância do Centro de Convivência para os Idosos” foi o tema da reunião pública da Câmara do Recife, realizada no dia 1º de outubro, em comemoração ao Dia Internacional das Pessoas Idosas, um pleito das pessoas que discutem o tema do envelhecimento da população. O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) se fez presente, com a participação da promotora de Justiça da Defesa da Cidadania da Pessoa Idosa da Capital, Luciana Dantas, trazendo a história do casarão da Av. Rosa e Silva, 720,  bairro das Graças (Recife) e do repasse do imóvel para a Prefeitura.

De acordo com o parlamentar Rinaldo Júnior, que presidiu a reunião pública, o equipamento, que deverá ser criado no casarão da Avenida Rosa e Silva, 720, Graças, tem por objetivo a inclusão, proteção e melhoria da qualidade de vida da população idosa, mas também evitar a institucionalização precoce do idoso, estimulando sua independência e autonomia.

Na ocasião, a promotora de Justiça de Defesa da Cidadania da Pessoa Idosa da Capital, Luciana Dantas, explicou a história do imóvel que servirá para o Centro de Convivência do Idoso, símbolo da prevenção à violência contra a pessoa idosa. A história começou em 2007, quando Maria da Conceição Guedes Pereira, então com 94 anos, que era a proprietária do imóvel, levou uma queda dentro de casa e seus cuidadores não a socorreram. “Ela não tinha família, pois era filha única e foi vítima de violência praticada por cuidadores dentro de sua casa”. Maria da Conceição foi professora de piano no Conservatório Pernambucano e era aposentada. “Como a avenida era muito movimentada e a casa é muito grande, ninguém ouvia os gritos”.

A casa é grande, a extensão vai da Avenida Rosa e Silva ao Espinheiro Shopping. Quem sentiu falta da idosa, meses depois, foi o gerente da Caixa Econômica que administrava a conta dela. “Ele percebeu que sua conta estava sendo movimentada, com muitas retiradas, e a movimentação não era feita por ela. Ele pediu a investigação e se descobriu o crime”. Maria da Conceição foi levada ao Hospital dos Servidores, onde tratou os ferimentos, mas ela não voltou a andar. Preferiu voltar ao antigo casarão, onde ficou sob os cuidados de outros cuidadores e sob a supervisão da Promotoria. Ela faleceu em 2013, com mais de 100 anos, mas antes expressou a vontade de o imóvel ser transferido para o poder público, onde pudesse ser um abrigo ou centro de convivência.

“Após o falecimento da proprietária, as chaves foram entregues pela Promotoria de Justiça de Defesa da Cidadania da Capital ao procurador do município”, explicou Luciana Dantas.

Participou ainda a representante do Conselho Municipal do Idoso, a procuradora de Justiça aposentada Judith Borba, que reforçou a importância de se ocupar os espaços de decisão na sociedade, bem como ressaltou que uma política pública não se concebe sem recursos financeiros. “Temos que olhar o Plano Plurianual (PPA), que está chegando a esta Câmara. Somente através dele é que se pode priorizar os instrumentos que favorecem essas políticas de forma efetiva e prioritária. O centro de convivência precisa ser criado, mas sobretudo precisará de manutenção, com política de saúde e educação”.

Mais informações sobre o casarão da Av. Rosa e Silva, 720, Graças, Recife, clique aqui

Detalhes sobre a reunião pública, clique aqui

*Com informações e foto da Câmara do Recife.

FONTE: MPPE