MPPE: Live promovida pelo Caop Cidadania fala da importância da inclusão
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021, 13h56
17/02/2021
Quando as forças de vontade e de superação incluem e redefinem a cidadania. Este foi tema do encontro promovido pelo Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça de Defesa da Cidadania (Caop Cidadania), do Ministério Público de Pernambuco (MPPE), na última sexta-feira (12). Inicialmente previsto para ser transmitido pelo Youtube, devido a problemas técnicos, o diálogo ocorreu pelo Instagram e encontra-se disponível na conta do Caop Cidadania.
“Nós do Caop Cidadania desenvolvemos um projeto, que encontra-se suspenso pela questão da pandemia, que é o Cidadania com Vez e Voz. Por onde nós visitávamos, eu tinha a sensação de que faltava chegar mais gente. Nós temos muito pouca representatividade da pessoa com deficiência. E essa é uma questão muito preocupante e que precisa ser debatida”, disse a coordenadora do Caop Cidadania e promotora de Justiça, Dalva Cabral.
O encontro foi dividido em dois momentos. No primeiro, a conversa foi com a psicóloga Laura Pedrosa, que é coordenadora do Down+, grupo do qual o convidado Felipe Aguiar faz parte. Criada há seis anos, a iniciativa possui atualmente cerca de 40 participantes com Síndrome de Down.
“O Down+ é um grupo que tem como objetivo a inclusão dessas pessoas no mercado de trabalho. Apesar da lei das cotas, nós sabemos que as empresas têm uma decisão discricionária em relação a quem vai contratar, a partir da deficiência que considera conveniente. Os dados do IBGE mostram que a cada cinco pessoas contratadas com deficiência, apenas uma tem déficit cognitivo. E dessas, a menor proporção são os jovens com Síndrome de Down, pois ainda tem a questão da aparência”, destacou Laura Pedrosa.
Na sequência, o assistente social Felipe Farias da Costa Aguiar, que tem Síndrome de Down, falou sobre sua história. “Fiz o ensino superior, terminei no ano retrasado. Ao longo da faculdade, me apaixonei pelo curso, principalmente pela área do direito das mulheres”, comentou. Residente no município de Caicó, no interior do Rio Grande do Norte (RN), Felipe é hoje um ativista na luta para combater a violência contra a mulher.
“A minha família é a base de tudo. Eu sou muito grato a eles. Eu só quero agradecer a meu pai, minha mãe, minha família toda por estar do meu lado, nunca ter desistido de mim”, disse Felipe. Para o futuro, ele planeja escrever um livro e continuar trabalhando como assistente social, defendendo o interesse das mulheres e da sociedade.
“Eu quis muito começar o ano de 2021 com essa pauta de cidadania. A partir de Felipe, fazer a gente compreender que existem várias pessoas com muitos talentos e nós precisamos chegar junto delas com oportunidades, tirá-las de casa. E que há uma vontade recíproca desse encontro. Essa autonomia ela existe, só precisa que nós cheguemos juntos para abrir as portas. Afinal de contas, por portas e janelas fechadas ninguém passa”, finalizou a promotora Dalva Cabral.
Imagem acessível: retângulo com fundo cinzento tem a palavra inclusão escrite com blocos de madeira enfileirados. Abaixo os dizeres Live promovida pelo Caop Cidadania fala da importância da inclusão. Acima, tarja vermelha com Pautas de Cidadania
FONTE: MPPE