Operação prende 24 membros de facção que atacou empresas e deixou cidade no Ceará sem internet
sexta-feira, 14 de março de 2025, 14h21
Uma nova fase da operação Strike, realizada nesta sexta-feira (14) na cidade de Caridade, prendeu mais sete membros do Comando Vermelho que participaram de ataques coordenados a empresas de internet no Ceará. No total, a operação já prendeu 24 suspeitos de participarem dos atos.
Conforme a Secretaria da Segurança, operadoras clandestinas de internet também foram fechadas. Essas empresas ilegais funcionavam a serviço da facção.
A facção exige dinheiro de operadoras de internet para permitir a oferta do serviço e promove ações de retaliação contra as provedoras que recusam pagar a "taxa". Os ataques incluem tiros contra a fachadas das empresas, depredação e queima de veículos e rompimentos de cabos de fibra óptica, deixando os clientes sem internet. Pelo menos oito ataques foram realizados nas últimas semanas (veja a cronologia abaixo).
Em Caridade, a cidade mais afetada no estado, centenas de fios em postes foram destruídos, deixando 90% dos clientes que pagam pela internet sem o serviço.
Ação policial para coibir ataques a operadoras de internet no Ceará prende 10 pessoas — Foto: SSPDS/Divulgação
Na primeira fase da operação, realizada na quarta-feira (12), 17 pessoas haviam sido presas, entre elas cinco donos de operadoras clandestinas de internet, que atuavam a serviço do Comando Vermelho.
Sequência de ataques
Arte mostra mapa com locais que ficaram sem internet após ataques de facções no Ceará — Foto: Arte/g1
A facção criminosa Comando Vermelho fez pelo menos oito ataques, como corte de cabos de internet, incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas, desde 22 de fevereiro em Fortaleza, Caucaia, Caridade e São Gonçalo do Amarante. Seis ocorreram na última semana. (veja o infográfico abaixo). Nem as empresas e nem a Secretaria da Segurança Pública do estado divulgaram o número de pessoas afetadas pelos ataques e consequentes falhas no serviço.
O objetivo dos ataques é forçar as empresas a repassarem à facção parte da mensalidade paga pelos clientes pelo serviço de internet. As ações são direcionadas àquelas que não obedecem aos criminosos, segundo o titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, delegado Alisson Gomes.
Os provedores de internet no Ceará chegaram a suspender as atividades em algumas regiões depois de ataques promovidos por uma facção criminosa, que incluem desde o corte de cabos de internet até o incêndio de veículos e tiros contra as sedes das empresas. Até o momento, oito atos criminosos foram registrados em Fortaleza, Caucaia, São Gonçalo do Amarante e Caridade, sendo seis deles na última semana. Pelo menos quatro empresas foram atingidas.
FONTE: GLOBO