MPSP: GAECO denuncia 12 por lavagem, peculato e corrupção que orbitavam em torno de Gritzbach
segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025, 13h19
Esquema envolvia policiais civis e membros do PCC na zona leste de São Paulo
Nesta sexta-feira (21-2), o MPSP, por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO), desferiu um duro golpe em organização criminosa que operava na zona leste de São Paulo a partir de conluio entre agentes públicos, integrantes do PCC e operadores da facção, oferecendo denúncia contra 12 pessoas pela prática de lavagem de capitais e de crimes contra a administração, como peculato e corrupção passiva, entre outros.
Esta é a segunda denúncia no âmbito da Operação Tacitus, cuja deflagração no dia 17 de dezembro de 2024 pelo GAECO e pela Polícia Federal, com apoio da Corregedoria da Polícia Civil, resultou em diversas prisões, incluindo delegados e investigadores. "Segundo apurado, as condutas imputadas aos denunciados estão inseridas no contexto das atividades ilícitas da organização criminosa denominada PRIMEIRO COMANDO DA CAPITAL, notadamente no bairro da Zona Leste do município de São Paulo, para a lavagem de capitais do produto e proveito do crime de tráfico de drogas e outros crimes correlatos praticados pelos seus integrantes", relataram os cinco promotores que subscrevem a denúncia.
Eles apontam que Antônio Vinicius Lopes Gritzbach, assassinado em 8 de nevembro do ano passado, à luz do dia, no Aeroporto Internacional de Guarulhos, "exerceu papel estruturante na construção e funcionamento de um sofisticado esquema financeiro ilícito".
O MPSP requereu o confisco alargado de R$ 40 milhões dos denunciados, bem como a manutenção das medidas cautelares já impostas pelo Judiciário. "Requer-se, outrossim, seja deferido compartilhamento de provas com a Corregedoria da Polícia Civil visando garantir a imediata instauração ou, caso já instaurados, a adequada instrução, dos procedimentos administrativos disciplinares referentes às condutas dos denunciados. Da mesma forma, requer-se autorização para compartilhamento de provas com outros órgãos do Ministério Público do Estado de São Paulo, notadamente a Promotoria do Patrimônio Público e Social, visando instruir os inquéritos civis que irão apurar atos de improbidade identificados nas condutas no curso da presente investigação", escreveram os promotores de Justiça do GAECO, que utilizaram documentos, anotações, extração de dados de celulares e informações obtidas por meio de quebra de sigilo com autorização judicial para fundamentar a denúncia.
Fonte: MPSP