Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Brasil gera 3,44 milhões de toneladas anuais de lixo plástico que podem chegar ao Atlântico

por ALDEM BOURSCHEIT

sexta-feira, 25 de agosto de 2023, 13h58

 

Resíduos plásticos da humanidade se espalham pelos mares e oceanos do planeta. Foto: RawPixel / Free public domain CC0

 

Os 5.570 municípios brasileiros geram 3,44 milhões de toneladas anuais de resíduos plásticos que podem acabar no Atlântico. A quantidade lotaria uma média de 344 mil caminhões de lixo.

 

Isso mostra que ⅓ das 10,33 milhões de toneladas produzidas nacionalmente é mal gerenciado. 

 

Conforme o balanço publicado na revista científica Marine Pollution Bulletin, isso posiciona o país como o 16º que mais polui os mares e oceanos e entre os 20 principais geradores globais de resíduos plásticos de uso único.


Os municípios que mais geram resíduos sem destino correto são Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza e Salvador . Em quantidade de lixo por pessoa, os líderes são Arroio do Sal e Xangri-lá (RS), Ubatuba e Bertioga (SP).

 

Outras regiões com grande potencial de poluição marinha são a Baixada Santista (SP), a Lagoa dos Patos (RS), a Baía da Guanabara (RJ), a foz do Rio Amazonas (AP/PA) e o delta do Parnaíba (PI/MA). 

 

Os resíduos podem chegar ao oceano pela drenagem urbana, esgotos, córregos e rios. A probabilidade de transporte no território brasileiro é baixa-média, mas cresce desde os municípios litorâneos.

 

O estudo integra o programa Blue Keepers, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para entender e enfrentar a poluição por plásticos em rios e oceanos. 

 

 

Quanto mais escuro o tom do município, maior a quantidade gerada de lixo mal gerenciado.

Mapa: Marine Pollution Bulletin / Volume 194, Part B, September 2023

 

 

As regiões do país com menor (verde) e maior (vermelho) probabilidade de carrear resíduos plásticos ao Oceano Atlântico.

Mapa: Marine Pollution Bulletin / Volume 194, Part B, September 2023

 

Atentas à crise nacional e global do lixo nos mares e oceanos, mais de 60 organizações da sociedade civil lançaram esta semana a campanha Pare o Tsunami de Plástico

 

Entre as pautas, as ongs esperam que Congresso acelere a aprovação do Projeto de Lei 2524/2022. O texto cria as bases legais para que o país tenha uma “economia circular” dos plásticos.

 

A proposta, informa a ong Oceana Brasil, prevê o fim da produção de plásticos descartáveis e que todo produto industrializado desse tipo deverá ser reutilizável, reciclável ou compostável. 

 

Segundo as Nações Unidas, de um a dois caminhões de lixo plástico são despejados por minuto nos mares e oceanos mundiais. Essa poluição ameaça os ambientes naturais e a saúde humana. 

 

Cientistas já encontraram microplásticos no leite, na placenta, no pulmão e no sangue humanos.

 

Fonte: https://oeco.org.br/noticias/brasil-gera-344-milhoes-de-toneladas-anuais-de-lixo-plastico-que-podem-chegar-ao-atlantico/


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