Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

MPGO realiza workshop sobre proteção de crianças e adolescentes dos riscos da internet

quinta-feira, 09 de outubro de 2025, 13h09

Realizado pela Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI), Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Cibernético (CyberGaeco), Escola Superior do Ministério Público (Esump) e Associação Goiana do Ministério Público (AGMP), o workshop Segurança em casa: como proteger efetivamente nossas crianças e adolescentes dos riscos da internet reuniu cerca de 300 pessoas, nos ambientes presencial e on-line. O evento ocorreu na tarde desta quarta-feira (8/10), no auditório da sede do Ministério Público de Goiás e contou com apoio da Polícia Civil de Goiás.

 


Com o objetivo de alertar integrantes do MPGO e familiares sobre os riscos e de apresentar medidas para mitigar esses danos, o workshop contou a participação da delegada de Polícia Civil do Pará e pesquisadora da Universidade de Montreal, no Canadá, Quésia Pereira Cabral.

 

Também integrou a programação o coordenador do CyberGaeco, Fabrício Lamas Borges da Silva, criador do Materializador de Evidências Digitais e Informáticas (Medi), software para coleta de provas digitais. O Medi foi lançado no início do segundo semestre de 2024 para facilitar a coleta de provas digitais, suprindo a exigência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) de que provas digitais precisam adotar critérios mínimos para serem consideradas válidas, utilizando a técnica de demonstração do código hash (forma de impressão digital do arquivo).

 

 

A abertura oficial do workshop foi feita pelo procurador-geral de Justiça, Cyro Terra Peres, que destacou a relevância do assunto e a importância das orientações. “Estamos aqui para chegar à justa hierarquia de valores, que devem guiar nossas vidas”.

 

Ele, que é pai de 4 filhos, entre 2 e 13 anos de idade, reconheceu que hoje ele se insere como público. “Essa preocupação é um desafio que os pais enfrentam todos os dias. Lugares virtuais são acessíveis dentro de nossas casas ou onde eles estejam, lembrando que crianças e adolescentes já nasceram inseridos nessa realidade”, afirmou o chefe do MPGO.

 

 

O coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) e da Coordenadoria de Segurança Institucional e Inteligência (CSI) do MPGO, promotor de Justiça Carlos Luiz Wolff de Pina, pontuou “vivemos em um mundo tecnológico e a internet é uma ferramenta poderosa. Como a proibição não é factível, temos que agir como guias e ensinar nossas crianças e adolescente a navegar de modo seguro, a partir de um monitoramento ativo, uma comunicação aberta e estarmos alertas para os cuidados práticos”, reforçou.

 


O presidente da AGMP, Leandro Koiti Murata, como idealizador da iniciativa, quando ainda ocupava o cargo de vice-presidente da entidade, ressaltou que o mais importante é proporcionar tempo de qualidade às crianças e adolescentes. “O fato de termos tantos participantes no workshop é uma demonstração de amor”, pontuou.

 

Violência Escolar e Radicalização Online entre crianças e adolescentes

 


A delegada Quésia Pereira Cabral falou sobre o contexto da violência escolar, lembrando que, por exemplo, entre 2001 e 2022, foram registrados 20 casos graves no país, ou seja, uma média de um caso por ano em 20 anos. No entanto, a partir de 2023, muitos outros foram surgindo e alguns bastante emblemáticos como os casos de Suzano, de Aracruz e de Blumenau.

 

Ela diz ter começado a estudar com afinco o tem e as forças de segurança chegaram à conclusão da necessidade de uma estratégia, surgindo a Operação Escola Segura, que procurou detectar a relação entre atentados e as redes sociais. Assim, passou a ser desenvolvida uma metodologia de trabalho para monitorar e identificar perfis suspeitos.

 

Em suas pesquisas realizadas no Canadá ela levantou que a sociedade digital passou por três fases: a pré-web (1980 a 1990), a global web (1990 a 2000) e a social web (2000 até hoje).

 

Ela explica que nesta última fase, há uma indistinção entre o real e o virtual. Para a delegada, passou-se a uma necessidade de performance como vetor criminógeno (aquilo que origina ou pode originar comportamentos criminosos). 
Ela explicou em detalhes como funciona o Lulz (transmissão de atos cruéis tratados como entretenimento), onde há uma dissociação afetiva, a geração de conteúdo compartilhado e magnetismo simbólico.

 

Para melhor compreensão deste assunto, a delegada gravou recentemente uma palestra que pode ser acessada no endereço https://www.youtube.com/watch?v=QHuC-5Nvj9U.

 

Ela adiantou ainda que uma publicação será lançada no dia 29 de outubro e estará disponível no Instagram (@protejaosseusfilhos), reunindo artigos diversos sobre a proteção.

 

Como monitorar e proteger efetivamente crianças e adolescentes na internet

 


O coordenador do CyberGaeco apresentou estudos sobre uso da internet pelas crianças e adolescentes no Brasil. Reuniu dados como o uso por faixa etária e classe social, frequência, as redes sociais utilizadas, entre outros.
Ele demonstrou orientações diversas da Sociedade Brasileira de Pediatria, com recomendações por faixa etária e respectivas implicações sobre o comportamento das crianças e adolescentes, além de sinais de alerta e principais riscos, tais como o cyberbulling, trends virais, etc.

 

Falou ainda sobre a Lei nº 15.211/2025, que entrará em vigor no dia 17 de março de 2026 e que vem para promover a proteção de crianças e adolescentes em ambientes digitais (Estatuto Digital da Criança e Adolescente)  
Entre as opções de meios de monitoramento apresentou ferramentas de controle como o Youtube kids (Youtube), Familuy Paring (Tik Tok), FamilyCenter (Instagram), Screen Time (IOS), Google Family (Android e IOS) e muitos outros.
Por fim, apresentou como conclusões que a tecnologia não é o inimigo e a necessidade de se manter o diálogo (mais poderoso que controle).

 

 

FONTE: MPGO


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