TJSE: Curso preparatório para adotantes é realizado por videoconferência
sexta-feira, 14 de agosto de 2020, 10h07
Pela primeira vez, a Coordenadoria da Infância e Juventude (CIJ) do Tribunal de Justiça de Sergipe (TJSE) ofereceu o Curso Preparatório para Adotantes por meio de videoconferência. O curso foi ofertado durante toda a manhã da última sexta-feira, 07/08, por meio da plataforma Cisco Webex, e contou com a participação de casais e pessoas que já estavam cadastradas no Sistema Nacional de Adoção (SNA). Os participantes, que estão em diversos estágios do processo de adoção, puderam esclarecer inúmeras dúvidas.
"O Curso de Preparação Psicossocial e Jurídica para Pretendentes à Adoção é uma exigência legal. Esta turma é um marco porque foi a primeira por videoconferência. Estamos nos reinventando em razão da pandemia. Havia a necessidade de realização do curso para que os prazos judiciais fossem cumpridos e assegurados os direitos de crianças e adolescentes que precisam de uma família. Sempre procuro participar do curso e apresentar as funções e projetos da Coordenadoria, colocando-me à disposição para esclarecer qualquer dúvida existente”, explicou a Juíza Rosa Geane Nascimento, responsável pela CIJ.
Durante o curso, ela esclareceu questões jurídicas muito importantes sobre a adoção. “Parabenizo à equipe da CIJ, à equipe psicossocial e a todos os pretendentes e envolvidos nessa iniciativa pioneira por terem enfrentado o desafio e alcançado o êxito na realização do curso. A ação efetivou o direito à convivência familiar de crianças e adolescentes que estão acolhidos e precisam de colocação familiar, especialmente em família substituta por meio da adoção. Estou muito feliz com o resultado alcançado. Decerto, faremos outros cursos por videoconferência", acrescentou a magistrada.
O psicólogo da CIJ, Sérgio Lessa, mostrou aos participantes como funciona o SNA e como os interessados em adotar podem fazer o pré-cadastro, preenchendo uma ficha no próprio site. É gerado um número de protocolo, que deve ser repassado à Vara onde tramitará o processo de adoção para o uso dos dados. Sérgio lembrou a importância de manter todos os contatos atualizados, como endereço e e-mail. Já a assistente social, analista do TJSE, Cláudia Oliveira falou sobre os aspectos da adoção.
Atualmente, Sergipe tem 326 crianças e adolescentes em situação de acolhimento institucional, mas somente 22 estão disponíveis para adoção, com a prevalência de adolescentes. A Juíza Rosa Geane Nascimento aproveitou a ocasião para falar sobre a campanha Deixa Crescer o Amor, iniciada na 16ª Vara Cível de Aracaju – Juizado da Infância e Juventude, e que tem justamente o objetivo de ampliar o perfil buscado pelos adotantes. Há alguns anos, a maioria optava por meninas abaixo de 3 anos. Depois da campanha, já foram registrada uma ampliação desse perfil, com adoção de adolescentes, grupos de irmãos e crianças com algum tipo de deficiência.
O curso prosseguiu com apresentação da psicóloga Esther Mikowski, também analista do TJSE, que falou sobre os aspectos psicológicos da adoção. Ela lembrou aos postulantes que deve ser feita uma reflexão sobre os motivos que os levaram à adoção, falou sobre diferença entre abandono e entrega, devolução de adotados, questões relacionadas à adoção de adolescentes, adoção internacional, entre outros temas. A psicóloga ainda perguntou aos participantes se é possível se preparar para adoção. A orientação é que eles estudem sobre parentalidade, se organizem, cuidem dos afetos e preparem também os familiares.
A fonoaudióloga Caroline Menezes participou do curso com o marido, Altran Menezes. Eles moram em Itabaiana, são casados há quatro anos, mas desde que iniciaram o namoro, há nove, já pensavam em adotar. “Optamos por um perfil de criança até 6 anos, pode ser de grupo de irmãos ou ter alguma deficiência. Não estabelecemos sexo e nem etnia. Já estamos habilitados, só aguardando a chegada do nosso filho. É como se fosse uma gestação, com todas as ansiedades. A diferença é o prazo, pois na adoção há uma incerteza de quanto nosso filho vai chegar”, contou Caroline, que também elogiou a iniciativa da CIJ em fazer o curso de forma virtual.
FONTE: TJSE