Moradores de Nova Brasilândia solicitam regularização de transporte escolar

Líderes comunitários e vereadores de Nova Brasilândia (223 quilômetros de Cuiabá) estiveram hoje no Ministério Público do Estado de Mato Grosso (MPE) para pedir intervenção do órgão na regularização do transporte escolar rural no município. Eles foram recebidos pelo procurador geral de Justiça, Paulo Roberto Jorge do Prado.

Segundo o líder comunitário Vanderlei Marcos da Silva, cerca de 600 crianças moram em comunidades rurais localizadas em média a 35 quilômetros da cidade. Destas, pelo menos 150 não estão frequentando as aulas. O restante conta com serviço precário. Como consequência, diz ele, o aproveitamento escolar em Nova Brasilândia registrou média de apenas 35% em 2005. Em algumas localidades, conta que o problema perdura por mais de um ano e meio.

"Um dia o prefeito diz que não há combustível. Em outro, não há como levar os professores para as comunidades ou o ônibus está quebrado. É um descaso com a população. As crianças querem estudar, mas ficam desanimadas com a situação. Esperamos que, com a intervenção do Ministério Público, os alunos voltem À s escolas", diz o líder comunitário.

O promotor de Interesses Difusos e Coletivos, Alexandre de Matos Guedes, também esteve na reunião. Ele informa que o MPE, por meio da promotoria de Chapada dos Guimarães, irá tomar as providências necessárias para garantir o acesso das crianças À  educação. Desta forma, resolver o problema do transporte rural e determinar a reposição das aulas perdidas.

O vereador Ginaldo Nunes conta ainda que, pela falta de estrutura física, os estudantes de diferentes séries estão dividindo a mesma sala de aula e, por isso, os professores lecionam ao mesmo tempo para turmas diferentes.

No dia 23, a comunidade escolar e a Câmara Municipal realizaram audiência pública para discutir o problema. O deputado José Carlos do Pátio participou da manifestação, que contou com cerca de 500 pessoas. O parlamentar, que esteve hoje no MPE, ressaltou que é a hora de dar um basta na situação. Acrescenta que pediu o bloqueio das contas da Secretaria de Educação e da Prefeitura de Nova Brasilândia. No entanto, lembra que é o MPE quem poderá garantir o direito À  educação para as crianças do município.