Audiência em Lucas discute danos ambientais e aviação agrícola
quinta-feira, 27 de abril de 2006, 00h00
A pedido do Ministério Público Estadual (MPE), serão realizadas duas audiências públicas para discutir a recuperação das áreas alagadiças À s margens do Rio Verde e a suspeita de danos ambientais causados pela aviação agrícola em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros de Cuiabá). A discussão ocorre na próxima quinta-feira (03 de maio), no auditório da Câmara Municipal. A promotora de Justiça Patrícia Eleutério Campos explica que a região tem sofrido degradação ambiental, principalmente, pelo avanço da fronteira agrícola. Lembra do caso do dessecante que caiu na cidade em março, causando intoxicação, diarréia, vômito e urticárias em crianças e idosos. O herbicída também prejudicou pequenos produtores e hortifrutis da região, além de secar plantas de canteiros e jardins.
A primeira audiência será À s 13h30. Além da desocupação e recuperação das áreas alagadiças À s margens do Rio Verde, também será discutida a situação das áreas de preservação permanente. Na sequência, À s 16 horas, haverá debate sobre os danos ambientais provocados pela aviação agrícola.
Segundo a promotora, uma equipe técnica (com representantes das áreas de zoologia, ecologia, farmacologia, toxicologia, patologia e química) estará na Câmara Municipal para opinar sobre o problema.
Dessecante à A promotoria de Justiça de Lucas do Rio Verde também solicitou abertura de inquérito policial para apurar o caso do dessecante despejado sobre a cidade no dia 01 de março. Um dos problemas é o fato de não haver cadastro dos aviões agrícolas no município. No entanto, agora será feito levantamento de todas aeronaves da região.
De acordo com as denúncias dos moradores, o crime aconteceu quando um avião, que pulverizava lavouras de soja na região, lançou dessecante sobre a zona urbana e sítios vizinhos.
Suspeita-se que o veneno jogado na cidade seja o paraquat, vendido com o nome de comercial de Gramoxone. O herbicida encontra-se entre a classificação de produtos proibidos de serem vendidos no Brasil. A confirmação da utilização do produto deverá ser feita após a conclusão dos laudos periciais.
Graciele Leite
Assessoria de Imprensa do MPE
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