Audiência discute impactos ambientais e aviação agrícola em Lucas do Rio Verde

Os técnicos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) que irão fazer a perícia para averiguar eventuais danos ambientais causados pelo derramamento de agrotóxico em Lucas do Rio Verde (360 quilômetros de Cuiabá) já estão na cidade. Eles participam hoje (03) de duas audiências públicas, realizadas a pedido do Ministério Público Estadual (MPE). Serão discutidos a recuperação das áreas alagadiças À s margens do Rio Verde e a suspeita de danos ambientais causados pela aviação agrícola no município.

Ontem (02), a equipe da UFMT se reuniu com a promotora de Justiça da comarca, Patrícia Eleutério Campos. Os técnicos inspecionaram vários locais na cidade, colheram amostras e fizeram levantamento fotográfico. A promotora explica que a região tem sofrido degradação ambiental, principalmente pelo avanço da fronteira agrícola. Lembra do caso do dessecante que caiu na cidade, em março, causando intoxicação, diarréia, vômito e urticárias em crianças e idosos. O herbicída também prejudicou pequenos produtores e hortifrutis da região, além de secar plantas de canteiros e jardins.

O debate ocorre no auditório da Câmara Municipal. A primeira audiência será À s 13h30, com abordagem sobre a recuperação das áreas alagadiças À s margens do Rio Verde e a situação das áreas de preservação permanente. Na sequência, À s 16 horas, haverá debate sobre os danos ambientais provocados pela aviação agrícola.

A equipe da UFMT é formada pelos especialistas Francisco de Arruda Machado (Ecologia à Peixes), Dalci Maurício de Miranda de Oiveira (Ecologia à Aves), Cátia Nunes da Cunha (Ecologia à Vegetação), Christine StrÀ¼ssmann (Zoologia - Anfíbios e Répteis), Carlos Eduardo Pereira dos Santos (Farmacologia à Toxicologia) e Waldir Bertúlio (Médico Veterinário - Saúde e Ambiente).

Dessecante à A promotoria de Justiça de Lucas do Rio Verde também solicitou abertura de inquérito policial para apurar o caso do dessecante despejado sobre a cidade no dia 01 de março. Um dos problemas é o fato de não haver cadastro dos aviões agrícolas no município. No entanto, agora será feito levantamento de todas aeronaves da região. De acordo com as denúncias dos moradores, o crime aconteceu quando um avião, que pulverizava lavouras de soja na região, lançou dessecante sobre a zona urbana e sítios vizinhos.

Graciele Leite

Assessoria de Imprensa do MPE

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