Curso destaca tecnologia para eficácia das investigações
sexta-feira, 19 de maio de 2006, 00h00
O grande volume de informações envoltas nos casos de lavagem de dinheiro requer ferramentas específicas para análise e seleção de dados. Depoimentos, chamadas telefônicas, sigilos bancários, entre outros, precisam complementar-se para que o excesso de informações não se torne uma faca de dois gumes. 'Não é possível analisar grande volume de dados, seja depoimento dos acusados e de laranjas ou mesmo movimentações financeiras dentro ou fora do país, sem o uso da tecnologia', defende o assessor de Informações e Conhecimento do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional do Ministério da Justiça, Marcelo Stopanovski.
De acordo com ele, a tecnologia é primordial para a eficácia no combate ao crime de lavagem de capital, tanto na segurança do cruzamento de informações e embasamento jurídico da ação quanto na celeridade do processo judicial. Explica que atualmente existem vários sistemas que permitem o aproveitamento efetivo dos dados levantados nas investigações.
No Brasil, diz, há um projeto piloto desenvolvido no Ministério da Justiça que trata da produção de informações estratégicas de pesquisa. Lembra que o Google (site de busca mais conhecido do planeta) não consegue diferenciar carro de automóvel, por exemplo. Já estes sistemas inteligentes trabalham com a conexão de dados, permitindo a análise mais completa. Há ainda software nacionais ou estrangeiros que interligam milhares de ligações telefônicas com extratos bancários, propiciando o filtro das transações financeiras dos investigados.
'O conceito atual da forma do processo é de um livro. Mas o desafio é transportar esta visão para o modelo de hipertexto. Ou seja, em vez de páginas e páginas, ter a imagem em layout, em que a pessoa possa navegar na informação por meio de ícones de acesso. É uma nova forma de abordar as provas nesta sociedade do conhecimento'.
Quanto À s localidades de difícil acesso, comum em promotorias do interior de Mato Grosso onde não há internet ou sinal para celulares, explica que os serviços de inteligência funcionam de forma interdisciplinar e conjunta. Ou seja, a prestação de serviço é por uma espécie de departamento de inteligência, que dá o suporte técnico para os órgãos públicos. Mas ressalta que o conhecimento tecnológico precisa chegar também aos agentes públicos de forma que eles saibam usufruir das ferramentas de investigação. Por fim, destaca que a tecnologia se caracteriza pela capacidade de rápida difusão nas comunidades. 'Há alguns anos, nem existia o celular. Hoje, praticamente todo brasileiro tem um telefone móvel'.
Graciele Leite
Assessoria de Imprensa do MPE
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