Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Tráfico é origem de quase todos crimes em Cáceres

quinta-feira, 08 de junho de 2006, 00h00

A cidade de Cáceres (215 quilômetros a oeste de Cuiabá), que ocupa o segundo lugar no ranking nacional de apreensão de entorpecentes, entende que só o enfrentamento do tráfico irá diminuir a criminalidade na região. É o que defendem os promotores de Justiça da comarca, considerando que outros delitos comuns, como latrocínios e homicídios, além de roubo e receptação de veículos, estão diretamente ligados ao fato do município ser rota para distribuição de drogas ao país. (Clique na foto para ver outras imagens do evento).

Não é À  toa que eles também posicionam-se veemente contra a progressão de regime para crimes hediondos. 'A progressão do regime será um retrocesso e vai gerar sensação de impunidade na população. A maioria dos presos da região cumprem pena por crimes hediondos, como latrocínio, tráfico de entorpecentes e homicídio qualificado. Se houver progressão, muitos deles podem voltar À  cidade e continuar a praticar os delitos, aumentando ainda mais a criminalidade', critica o promotor de Justiça Samuel Frungilo.

Acrescenta que nos casos em que os juízes fixarem regime inicial fechado em crimes hediondos, o MPE irá apelar da decisão para que a pena seja cumprida no regime integral fechado.

Já o promotor de Justiça Allan Sidney do Ó Souza lamenta a inserção de adolescentes no crime organizado. Normalmente, entram como 'mulas' (pessoas usadas para transportar drogas de um país a outro) e ganham em torno de R$ 450 em cada viagem. 'Houve um caso em que de um deles ficou mais de semana no hospital, sob vigilância de policiais, para expelir a droga do corpo. É lamentável que tantos jovens estejam sendo usados desta forma pelas organizações criminosas. O problema alastra-se por toda região, incluindo municípios como Mirassol D'Oeste, Vila Bela e Pontes e Lacerda', diz o promotor.

Outro crime proveniente do tráfico é a troca de veículos nacionais por drogas na Bolívia. 'As organizações criminosas compram veículos ou usam laranjas para a aquisição. Depois estes carros e motos são trocados por entorpecentes na negociação', explica. Aliado a isso os criminosos ainda tentam o 'golpe do seguro', alengando o roubo do veículo.

O promotor de Justiça Ricardo Alexandre Soares Vieira Marques destaca que as promotorias criminais buscam relacionamento próximo com o Gefron e polícias Federal e Rodoviária Federal. Desta forma, utiliza-se dos serviços de inteligência e denúncias para coibir a prática criminosa. Diz ainda que uma das estratégias de combate ao tráfico na região é justamente o estreitamento de contato com o Gaeco, com objetivo de identificar e coibir a atuação de agentes públicos que estejam envolvidos no crime organizado. Cáceres foi a primeira comarca do interior do Estado a ter Justiça Federal para atuar no combate ao tráfico internacional.

 

Mais informações:

Assessoria de Imprensa do MPE/MT

Graciele Leite

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