Quadrilha de exploração sexual é denunciada pelo MPE

O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra quatro pessoas por promover exploração sexual de uma adolescente em Cotriguaçú (920 quilômetros de Cuiabá). De acordo com o promotor de Justiça Marcelo Lucindo Araujo, a garota de apenas 13 anos foi aliciada em Corumbá (MS) por Regina de Arruda Sanabria, 24, e Cristiana de Souza, 38, com promessa de trabalho como garçonete na boate Dama da Noite, em Cotriguaçú. Os acusados prometeram a ela em torno de R$ 100 a R$ 200 por turno. No entanto, quando chegou ao local, foi obrigada a manter relações sexuais com os clientes. 

O promotor explica que o problema é raro na região, tanto que tão logo a garota chegou na cidade começaram os comentários sobre a estadia dela na boate. Policiais fizeram busca no local, surpreendendo os aliciadores. Suspeita-se que todos fugiram para Nova Bandeirantes, município a aproximadamente 100 quilômetros de Cotriguaçú. A boate Dama da Noite está fechada. A garota foi levada de volta para Corumbá por intermédio da Promotoria de Justiça e Conselho Tutelar.

O crime ocorreu em agosto de 2005. Segundo a denúncia, os proprietários Elias Souza da Silva, 32, e Cleide Alves Borges, 37, viabilizaram o transporte e alojamento da garota. Quando ela chegou a Cotriguaçu foi recebida por Regina, que emprestou a certidão de nascimento para a menina passar-se por maior de idade. Além disso, Cristiana assumiu parentesco com a vítima para burlar a fiscalização do Juizado de Menores na rodoviária.

A garota 'trabalhou' durante dois dos cinco dias em que permaneceu na Dama da Noite. Suspeita-se que ela já fazia programas em Corumbá. Segundo o promotor, a negociação na boate era de que ela receberia integralmente o dinheiro do programa. No entanto, precisaria tomar bebidas caras, pagas pelos clientes, e induzi-los ao consumo. O aluguel do quarto também ficava por conta dos homens que frenquentavam a boate.