Promotor diz que palavras da defesa de Luiz Bang são mentirosas
segunda-feira, 31 de julho de 2006, 00h00
Em resposta À s acusações da defesa de Luiz Carlos Machado (Luiz Bang), o promotor de Justiça de Porto Alegre do Norte (1.125 quilômetros de Cuiabá), Leandro Volochko, esclarece que são palavras mentirosas com objetivo único de enfraquecer o argumento do Ministério Público Estadual por meio do ataque À reputação e conduta dele no município. Afirma que agiu em conformidade e amparado pela lei e que nunca forjou provas ou coagiu jurados. Acrescenta que atacar pessoas idôneas é prática comum da defesa de Luiz Bang, que não poupou nem mesmo o bispo Dom Pedro Casaldáliga.
Especificamente sobre a funcionária da Secretaria Municipal de Saúde, Eunice Alves da Silva Moraes, que voltou atrás no depoimento e acusou o promotor de forçá-la a dizer 'coisas que não queria', explica que entende que a atitude desesperada da mulher. Ou seja, que ela estava aterrorizada com a possibilidade de sofrer algum mal em função do nome dela ter sido usado para motivar a prisão do réu. Acrescenta que, se realmente fosse verdade a acusação de Eunice, ela teria procurado o juiz e não o advogado da defesa para denunciar o suposto abuso de autoridade.
'A atitude da jurada é, infelizmente, antiética e criminosa, posto que atribui falsamente um crime a mim e, provavelmente, terá que arcar com as consequências de sua conduta perante a Justiça. Ela preferiu mentir À conviver com a sensação constante de ameaça. É muito mais fácil dizer que o promotor a obrigou a dizer o que disse À admitir a possibilidade de morrer À mando de Luiz Bang. Compreensível, mas reprimível e repudiável a sua conduta', comenta Volochko.
Há ainda outro argumento sobre a impossibilidade de concessão de prazo de cinco dias para a defesa contrariar o 'aditamento ao libelo'. No entanto, explica que os advogados tiveram acesso ao documento da promotoria três dias antes do julgamento, fato amparado pelo Código de Processo Penal. 'Não é o caso, por exemplo, dos documentos juntados pela defesa em 26 de julho, À s 17h57min do qual o Ministério Público só veio tomar ciência nesta data'. De acordo com Volochko, não houve acréscimo À peça acusatória e nem alteração de conteúdo. Apenas corrigiu a forma de apresentação do documento.
Luiz Bang está sendo julgado hoje em Porto Alegre do Norte por suspeita de ter mandado matar três pessoas no município no ano de 1988. De acordo com a acusação, ele teria contratado o assassinato do ex-prefeito Rodolfo Alexandre Inácio (Cascão), a mulher dele, Fernanda Macruz, e o amigo Avelino Pereira Coelho, em outubro de 1988. Luiz Bang já figurou como um dos cinco pistoleiros mais perigosos do país. Ele também é acusado de aliciar e traficar trabalhadores para fazendas de Mato Grosso e do Pará, além de estar envolvido no homicídio do ex-senador Olavo Pires, na época, candidato a governador de Rondônia.
Assessoria de Imprensa do MPE
Graciele Leite
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