Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Votação apertada inocenta Luiz Bang

quarta-feira, 02 de agosto de 2006, 00h00

O Ministério Público Estadual (MPE) irá pedir desaforamento do júri e recorrer ao Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJ-MT) para que seja realizado novo julgamento de Luiz Carlos Machado, o Luiz Bang. Ele foi inocentado por quatro votos a três da acusação de mando da tentativa de homicídio ao ex-prefeito Rodolfo Alexandre Inácio (Cascão) e o amigo Avelino Pereira Coelho. No entanto, de acordo com o promotor de Justiça da comarca de Porto Alegre do Norte, Leandro Volochko, ficou evidente que o réu foi o autor intelectual do crime, ocorrido em novembro de 1988.

Acrescenta que espera que a decisão referente ao recurso ocorra o mais rápido possível, considerando que o processo já ficou aproximadamente quatro anos no TJ e é conhecido pelos desembargadores. 'Antes do julgamento, era esperado que seria difícil condenar o réu, tendo em vista o temor que a sociedade tem dele. Porém, após o início dos trabalhos do júri, ficou transparente que a defesa não tinha argumento para rebater as provas dos autos. Por isso é lamentável a absolvição, ainda que tenha sido com apenas um voto de diferença', comenta Volochko.

De acordo com ele, a família do pistoleiro ficou surpresa ao ver que ele não teve unanimidade. 'Infelizmente, os jurados recuaram porque ficaram com medo. E isto está sendo repetido em toda cidade. Mas fico feliz porque o MPE pôde mostrar o trabalho e conseguiu sensibilizar a sociedade. Ainda acredito que Luiz Bang será penalizado pelo crime'. O promotor também agradeceu ao apoio de Casaldáliga, que permaneceu durante todo o julgamento no fórum, e À  Procuradoria-Geral de Justiça. Também ao Ministério da Justiça, que enviou ofício À  promotoria dizendo que a condenação do réu era desejo de todo país, conforme noticiou a imprensa nacional.

O júri ocorreu durante dois dias, no fórum de Porto Alegre do Norte. Foi iniciado À s 14 horas da segunda-feira (31) e terminou hoje (02) À s três horas da manhã. Segundo Volochko, a defesa 'ficou tão desesperada que passou 2h30min apenas falando mal dele, da vítima e do bispo Dom Pedro Casaldáliga'. Mesmo assim, ainda admitiu que a arma usada no crime estava realmente registrada no nome de Luiz Bang.

O pistoleiro já ocupou 5º lugar na lista dos pistoleiros mais perigosos do país. Ele ainda é acusado de aliciamento e tráfico de trabalhadores para fazendas de Mato Grosso e Pará, além de envolvimento no homicídio do ex-senador Olavo Pires, na época, candidato a governador por Rondônia. Por isso, chegou a ser ouvido pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pistolagem, entre 1991 e 1993. Luiz Bang também é acusado da autoria do quebra-quebra e das agressões na Câmara Municipal de Confresa , em 2 de maio.

Mais informações:
Assessoria de Imprensa do MPE/MT
Graciele Leite
(65) 3613 5146 /////9983 5935

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