MPE exige regressão de regime de Beatriz Árias
quarta-feira, 20 de setembro de 2006, 00h00
O Ministério Público Estadual (MPE) entrou com pedido ontem (19) no qual requer a regressão do regime da ex-escrevente Beatriz Árias Paniágua, condenada a 12 anos de prisão pela participação no assassinato do juiz Leopoldino Marques do Amaral. O promotor de Justiça da Vara de Execuções Penais, Joelson de Campos Maciel, argumenta que a ré perdeu o direito ao semi-aberto quando praticou novo crime doloso, ou seja, falso testemunho, conforme informação prestada pela polícia. O pedido foi protocolado na 14ª Vara Criminal de Cuiabá.
"A Lei de Execução Penal prevê que, caso a condenada não se adapte ao regime mais brando, demonstrando comportamento incompatível com o convívio social, ficará sujeita à regressão de regime, com transferência para regime mais rigoroso", diz no documento. Acrescenta que ela também deixou de cumprir as condições impostas pelo semi-aberto quando praticou novo crime doloso. Isso justifica ainda mais a regressão do cumprimento da pena, conforme artigo 118 da Lei de Execuções Penais.
A ex-escrevente cumpre pena em regime semi-aberto no presídio Ana Maria do Couto. Em agosto, ela foi indiciada pelo crime de falso testemunho porque prestou informações inverídicas à Justiça durante depoimento realizado em dezembro de 2005. Na época, disse que o juiz Leopoldino não estaria morto e que o corpo enterrado no cemitério de Poconé não seria dele. No entanto, após exumação do cadáver, foi comprovado que se tratava dos restos mortais do magistrado.
O depoimento falso prestado pela ex-escrevente poderia repercutir diretamente no processo sobre a morte de Leopoldino. Isso porque com o juiz vivo não haveria materialidade do homicídio e todos os réus (mandantes e executores ? sendo um deles o Josino Guimarães), teriam que ser excluídos do processo.
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