Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

MPE vai protocolar mais 50 ações

sábado, 03 de fevereiro de 2007, 00h00

 POSTOS

 

Ministério Público já conseguiu 11 liminares obrigando as revendas de combustíveis a reduzirem o preço do álcool vendido na bomba 

 

  Empresas serão denunciadas por formação de cartel

 

 

Juliana Scardua

A Gazeta

 

O Ministério Público Estadual (MPE) protocola na próxima semana mais 50 ações judiciais contra postos de combustíveis de Cuiabá, somando 68 processos entre as 120 empresas do mercado local (56%), por prática de preço abusivo na venda do álcool ao consumidor. Também será encaminhada denúncia de cartel na formação dos valores do produto à Secretaria de Direito Econômico (SDE) contra os revendedores e o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Mato Grosso (Sindipetróleo).

 

Estimativa aponta para o faturamento extra de R$ 14 milhões pelos postos da Capital desde novembro de 2005 devido à margem de lucro abusiva sobre o preço pago pelo consumidor, de até 70% contra a média histórica de mercado de 20% a 25%. O MPE já conseguiu até agora liminares exigindo que 11 postos pratiquem obrigatoriamente a margem máxima de lucro de 20% sobre o preço na bomba.

 

Ao todo, 18 ações com pedido de liminar foram protocoladas nas Varas Cíveis da Capital nos últimos 2 meses e 7 delas ainda aguardam decisão judicial. Desse conjunto, segundo o MPE, 5 ainda não foram analisadas pelos juízes responsáveis e nas duas restantes houve o pedido de citação dos donos dos postos para a fase de contestação.

 

O promotor da 5ª Promotoria de Defesa do Consumidor e da Cidadania, Ezequiel Borges, frisa que a onda de baixa do preço do álcool na bomba nos últimos dias é o efeito direto das liminares. "O setor tem cada hora uma desculpa, mas que sempre não passa de uma falácia. Uma hora a história é de que a culpa é da carga tributária ou que isso é uma questão natural de mercado, mas tudo isso é inverídico, usado para ocultar as margens de lucro absurdas. É um setor que atua completamente anormal e ilegal".

 

O promotor declara que o objetivo do MPE é minar a cadeia da cartelização de preços do álcool vendido na cidade. Segundo ele, as investigações apontam a existência de um núcleo que determina os valores na bomba e exerce intensa pressão sobre os demais empresários, com a participação do próprio Sindipetróleo. "Uma margem de 70% é inaceitável. Temos que acabar com isso".
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