Equipamento quebrado no PSM deixa sequelas em menino de 4 anos
sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007, 00h00
Um menino de 4 anos deu entrada no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) na semana passada para fazer uma cirurgia do apêndice e, devido a um problema no equipamento anestésico, acabou tendo uma parada cardíaca, falta de oxigenação no cérebro e está em estado vegetativo. A informação é do promotor da 19ª Promotoria da Infância de Cuiabá, José Antônio Borges, que foi procurado pelo pai da criança e já está unindo documentos para que seja movida uma ação por danos morais. Além disso, o MP vai instaurar inquéritos para apurar a responsabilidade criminal e civil. O PS nega que a criança esteja em estado vegetativo e diz que as sequelas só serão confirmadas hoje, após exames.
O promotor ressalta que o defeito na máquina foi apontado pelo próprio anestesista, no prontuário da criança. O menor está na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) e, segundo informações repassadas ao promotor, as sequelas neurológicas seriam irreversíveis.
José Borges pediu diversos documentos ao Pronto-Socorro, inclusive a identificação do anestesista, uma vez que no prontuário não havia seu carimbo, apenas a assinatura. "O caso é gravíssimo. Não há dúvidas de que a máquina tinha problemas", enfatizou o promotor José Antônio Borges.
A diretora clínica do Pronto-Socorro, Iraci Luckenzuk Said, afirmou que o caso já foi encaminhado para a Comissão de Ética Médica para ser apurado por meio de uma sindicância. O prazo para a investigação, pelo PSMC, é de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30. "Se houve algum acidente ou incidente, a sindicância já foi instaurada para apurar".
A diretora clínica ainda afirmou que o aparelho nunca teve problemas. Por meio da assessoria de imprensa do PSMC, a equipe médica negou que o menino esteja em estado vegetativo. Afirmou que ele ainda está na UTI e só não teve alta devido a uma ressonância magnética pela qual passará hoje. Segundo a equipe médica, o menor teve sequelas, mas que só poderão ser dimensionadas a partir desta ressonância. A assessoria de imprensa afirmou que o menino não corre risco de vida e está recebendo todos os cuidados necessários, entre eles o de fisioterapia e de fonoaudiologia. Por último, a equipe médica afirmou que o menino estaria acordado e "interagindo" com o pai.
Fonte - Jornal A Gazeta -Andréia Fontes