Promotor estuda primeiras denúncias
segunda-feira, 26 de março de 2007, 00h00
Márcia Raquel
Diário de Cuiabá
A Operação Sumidouro, deflagrada esta semana em Peixoto de Azevedo (a 691 km ao norte de Cuiabá), deve produzir as primeiras denúncias dentro de 20 dias. A avaliação foi feita pelo promotor Adriano Roberto Alves, que comandou a operação. As primeiras análises apontam para um desvio de aproximadamente R$ 2 milhões nos cofres da prefeitura municipal.
Durante a operação, que contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco), foram apreendidos milhares de documentos, executados 11 mandados de busca e apreensão e realizadas 10 prisões temporárias, entre elas três secretários municipais.
A partir de agora o Ministério Público vai se concentrar na análise dos documentos apreendidos para formular as denúncias. "Tem análises de documentos que estão praticamente concluídas. Dentro de uns 20 dias deveremos propor as primeiras ações de improbidade administrativa", avaliou. "Alguns casos dependem de informações bancárias e por isso podem demorar um pouco mais", acrescentou.
De acordo com o promotor, a participação ou não da prefeita Cleuseli Missassi Heller (PR), conhecida por Baiana Heller, só poderá ser verificada após a análise da documentação. Entre as 10 pessoas detidas estavam os secretários de Governo, Antenor Santos, de Fazenda, Paulo Missassi, primo da prefeita, e de Administração, Edmar Heller, esposo da prefeita e ex-prefeito de Peixoto do Azevedo.
Além da documentação foram apreendidas diversas notas fiscais falsas além de 40 carimbos de empresas, sendo alguns de outros estados, que estavam no departamento de contabilidade e eram utilizados para forjar licitações.
Ainda conforme o promotor, as irregularidades detectadas se davam nas mais diversas áreas da administração municipal de Peixoto de Azevedo. (MR)