Lançado prêmio Dom Pedro Casaldáliga pela erradicação do trabalho escravo
sexta-feira, 08 de agosto de 2008, 00h00
A noite foi de muita música, poesia com participação do coral do Sindicato dos Jornalistas (Sindjor) sob a regência da maestrina Ana Elizabeth, interpretando 'Àgua de Beber' de Vinícius de Morais e Tom Jobim, 'Cio da Terra', de Milton Nascimento e Chico Buarque de Hollanda, 'Fredom', de domínio público; performance da artista plástica Vitória Basaia e de membros do Movimento dos trabalhadores rurais sem-terra. No saguão da Procuradoria Geral de Justiça foi apresentado vídeo sobre libertação de trabalhadores em condições degradantes, bem como uma exposição de fotos de resgate trabalhadores pelo grupo móvel de fiscalização do trabalho.
A temática forte abordou a denúncia que já ganhou o mundo sobre o trabalho escravo por meio da voz de destemido bispo dom Pedro Casaldáliga, de São Félix do Araguaia. Ele não pôde comparecer à solenidade por problema de saúde, mas enviou uma carta cumprimentando pela iniciativa de criar um prêmio que estimule uma maior participação na denúncia e na progressiva erradicação do trabalho escravo em Mato Grosso.
'O objetivo desse trabalho é tirar Mato Grosso dessa vergonha', disse o procurador geral de Justiça, Paulo Roberto Jorge do Prado, informando que em poucos dias o disque denúncia da PGJ recebeu 60 denúncias de trabalho escravo. E prosseguiu chamando a imprensa local e nacional para uma grande discussão. 'É uma maneira de prestigiar a imprensa que sempre divulga a importância do combate às queimadas, o respeito à acessibilidade, combate à corrupção, crimes eleitorais, entre outros.
O chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 23ª Região, José Pedro dos Reis, defendeu a dignidade da pessoa humana, pois não é mais possível que trabalhadores continuem mantidos em regime de escravidão, avisando que está em votação no Congresso a PEC 438 que visa desapropriar terras de que mantém trabalhadores em regime de escravidão.
O procurador do trabalho e coordenador do prêmio, Raphael de Almeida Gomes, analisou que de 1971 quando Casaldáliga iniciou o combate ao trabalho escravo para os dias atuais nada mudou. Os 'gatos' continuam arregimentando trabalhadores pobres para trabalhar em fazendas. Os adultos e adolescentes permanecem dormindo no meio do mato, alimentação degradante, bebem água contaminada, privação de liberdade, entre outros absurdos.
Ele destacou a importância do jornalista como transformador da sociedade.'Ele tem poder, apesar das pressões que sofre de transformar essa história', frisou. Informou que 40 operações de fiscalização foram realizadas em Comodoro, Jauru, Alta Floresta, Nova Monte Verde, Juara, e outros libertando trabalhadores e multando fazendeiros. 'Não podemos continuar convivendo com isso', disse Raphael.
Para a presidente do Sindjor-MT, Keka Werneck o amor é o combustível para melhorar a a situação humana. 'Temos que nos deixar ser tocado', mandou bem Keka.
Filha de garimpeiro, a juíza do Trabalho Deisimar Mendonça deu seu testemunho que seu pai mesmo em meio a tantos obstáculos pode desfrutar de algo fundamental ao ser humano: a liberdade. Informações sobre o prêmio pelo site:www.mpmt.mp.br.
Iniciativa:
Ministério Público do Trabalho (PRT – 23/MT, Ministério Público do Estado de MT. Apoio: Associação Mato-grossense do Minisitério Público; Amatra 23 – Associação dos Magistrados do Trabalho; Superintendência Regional do Trabalho/ MT; Sindjor; Fenaj – Federação Nacional dos Jornalistas Profissionais.
65 3613 5146// 8435 5910