Prêmio Dom Pedro Casaldáliga é lançado durante Congresso Nacional de Jornalismo
segunda-feira, 25 de agosto de 2008, 00h00
Representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e de 31 sindicatos de todo o País participaram em São Paulo do lançamento do 'Prêmio Nacional de Jornalismo Dom Pedro Casaldáliga Pela Erradicação do Trabalho Escravo em Mato Grosso.' A solenidade ocorreu durante o 33º Congresso Nacional dos Jornalistas,na sexta-feira,22, onde estavam presentes comunicadores dos mais variados veículos nacionais e internacionais.
Promovido pelo Ministério Público Estadual e Ministério Público do Trabalho, o prêmio é uma parceria com o Sindicato dos Jornalistas de Mato Grosso e a FENAJ e conta com o apoio da Associação Mato-grossense do Ministério Público, Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 23º Região e da Superintendência Regional do Trabalho/ SRTE/MT. As reportagens que serão selecionadas terão de ser inéditas e veiculadas em rádios, jornais impressos, telejornais, revistas ou sites de notícias de todo o Brasil, no período de oito de agosto deste ano até fevereiro de 2009. Jornalistas que trabalham em empresas de comunicação em todos os Estados da Federação poderão participar, mas o enfoque da notícia terá que ser a realidade do trabalho escravo no Estado de Mato Grosso, que hoje ocupa o segundo lugar no ranking nacional de trabalhadores resgatados. Durante o evento o procurador do Trabalho, Rafael de Araújo Gomes, fez questão de esclarecer ao público presente que o objetivo da criação do prêmio é fomentar a produção de reportagens que, de alguma forma, venham a contribuir para esclarecer o que é o trabalho escravo, os focos de sua ocorrência em Mato Grosso, os motivos pelos quais essa chaga social ainda persiste nos dias atuais, entre outros enfoques que façam com que a sociedade saiba mais sobre o assunto e para que haja uma mudança de cultura e de comportamento que auxiliem o poder público a erradicar esse crime. Já o procurador geral de Justiça do estado de Mato Grosso, Paulo Roberto Jorge do Prado, fez questão de ressaltar que é necessário o envolvimento direto da sociedade como um todo no sentido de conscientizar-se acerca da gravidade do problema, pois a repressão é uma medida drástica que combate o crime, após a sua ocorrência, mas apenas ela não basta. 'Precisamos reforçar a prevenção, por meio da educação e do respeito do próximo enquanto ser humano igual e detentor dos mesmos direitos naturais e constitucionais. E uma das principais formas de prevenir é bem informar a sociedade sobre os problemas existentes. Daí a importância e o poder do papel desempenhado pelos meios de comunicação, os quais, ao bem exercer esse papel, contribuem decisivamente para a transformação da realidade', acrescentou Prado. As melhores matérias jornalísticas vão concorrer a prêmio em dinheiro cuja origem é de ações judiciais e termos de ajustamento de conduta, nas quais se previu a obrigação de empregadores em pagar indenização a título de danos morais coletivos. No total será destinada a importância de R$ 180.000,00 (cento e oitenta mil reais). Os segundos colocados em cada categoria serão premiados com notebooks. Segundo o procurador do Trabalho, Rafael Gomes, essa foi a forma que as entidades organizadoras do concurso encontraram para reverter parte das indenizações coletivas em prol da formação da opinião pública a respeito do trabalho escravo, por intermédio dos meios de comunicação que têm papel fundamental nesse processo de transformação da realidade social vivida em Mato Grosso. O presidente da Federação Nacional dos Jornalistas, Sérgio Murillo, destacou a importância da iniciativa das instituições, 'é o reconhecimento do trabalho investigativo e responsável que a imprensa brasileira realiza diante de situações que envergonham e prejudicam toda uma nação', não é apenas o estado de Mato Grosso que irá colher os frutos dessa ação, mas toda uma sociedade que acredita que as transformações e mudanças de paradigmas são possíveis e necessárias'.
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