Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Combate à corrupção: Poconé avança e forma grupo para fiscalizar contas públicas

terça-feira, 30 de setembro de 2008, 00h00

Logo mais após as eleições, os cidadãos de Poconé realizarão a primeira reunião para debater a forma efetiva de participar com o Ministério Público da fiscalização de balancetes dos órgãos municipais, entre outras prioridades. A proposta aconteceu durante audiência pública na quarta-feira (24) com os temas ‘O que você tem a ver com a corrupção’? E ‘Diga não à corrupção eleitoral’. 

Em busca de interessados para a luta, o promotor eleitoral e de Justiça da comarca Rinaldo Ribeiro Almeida Segundo percorreu escolas dialogando com educadores e estudantes sobre a importância do combate à corrupção e seus tentáculos na vida da sociedade. O MCCE também compareceu reivindicando severa punição para os corruptos.

‘Como explicar que o cidadão que quer trabalhar não tem emprego, como explicar que o cidadão que trabalha ganha só o salário mínimo e passa necessidades’, comentou o promotor, enfatizando que isso é uma das facetas da corrupção. Lembrou que é difícil aceitar a miséria que atinge milhões de brasileiros, especialmente pela pujança das riquezas nacionais.

Mas de escândalo em escândalo os recursos para comprar ambulâncias, merenda escolar, UTI para a saúde e outras necessidades descem pelo ralo. É preciso reforçar o engajamento. ‘Primeiro queremos denunciar a corrupção. Reitero ainda que nesse momento as instituições estão querendo se oxigenar, querem mudança’, sublinhou Rinaldo, convidando os cidadãos de Poconé para as reuniões logo na semana seguinte a votação do próximo domingo(05/10). A intenção do promotor é formar uma entidade reunindo idosos, pais, estudantes, APAE, saúde, professores, comerciantes, pastorais, presidentes de bairros para combater a corrupção.

Presente à reunião, o juiz eleitoral e de direito da comarca, Edson Dias Reis, disse estar muito preocupado com compra de votos. Adiantou que já colocou coordenadores nos pontos mais críticos da cidade, além do policiamento da PM , da Civil da fiscalização da Justiça eleitoral e do Ministério Público. Informou que a Justiça Eleitoral está treinando coordenadores que permanecerão nesses pontos e passarão as informações para o juiz eleitoral e para o Ministério Público.

Sobre a campanha do Ministério Público, Edson Reis considerou muito importante levar à sociedade essa preocupação do poder público em plantar essa semente para que as futuras gerações partam desse princípio de que a corrupção deve ser banida de nosso país

O coordenador de ‘O que você tem a ver com a corrupção’ promotor de Justiça Célio Fúrio reiterou que há estudos que mostram que o Brasil perde 2%, cerca de R$ 400 milhões com a corrupção. ‘São verbas das políticas públicas que deveriam chegar ao seu destino e não chegam’, disse.

Ele reforçou que o combate à impunidade é um ponto importante, mas não é o único. É necessário também que os movimentos cívicos incrementem sua participação social.  Que os movimentos civis organizados tomem à dianteira que entrem no processo, porque a participação social é fundamental nessas situações. Outro ponto importante é a cidadania ativa por meio dos cidadãos, participando das situações do dia-a-dia, dos acontecimentos nos bairros, na sua cidade, acompanhando os gastos, verificando como  está sendo empregado o dinheiro público, verificando como está sendo aplicado o orçamento, a elaboração e execução. 'Se nós tivermos o povo mais próximo dessas políticas públicas, dessas execuções orçamentárias, teremos uma grande chance de cortar o mal pela raiz. Evitar que o dinheiro público seja desviado', concluiu Fúrio.

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