Estudante pantaneiro madruga para ir à escola
domingo, 19 de abril de 2009, 00h00
O despertar de Jéssica das Dores Araújo, 14 anos, aluna do 1º ano do ensino médio é às 3h30 da madrugada para pegar a chalana de pesca que a leva da comunidade de Estirão Comprido onde mora para o centro de Barão de Melgaço onde estuda. ‘A rotina perigosa é necessária para quem quer ser alguém na vida’, diz Jéssica, porque de outra forma ela e os demais colegas ficarão fora da escola. Quando há aula de educação física, às quartas-feiras, às 18h, os alunos permanecem em Barão de Melgaço o dia inteiro, muitas vezes sem comer nada, ou seja, cada um se ajeita como pode: dividem lanche, procuram casas de parentes, entre outras alternativas.
O prefeito de Barão de Melgaço, Antônio Ribeiro Torres pediu um voto de confiança do Ministério Público, pois acabara de assumir a Prefeitura em meio e todas as irregularidades de gestões anteriores estão explodindo em suas mãos. Ele disse que o perigo do transporte fluvial existe pela própria característica da região pantaneira, mas garantiu estar trabalhando com urgência para fornecer transporte seguro (com uso de coletes salva-vida, por exemplo), mais rápido para que os estudantes não precisem madrugar nem sofram tantos desgastes para garantir os estudos. (Cecília Gonçalves 19/4/09 23h50).