Educação em Barão de Melgaço é o retrato do descaso
terça-feira, 21 de abril de 2009, 00h00
Carteiras quebradas, banheiros com odor insuportável, falta de merenda escolar e professores sem nenhuma condição de trabalhar. Assim sobrevive a educação no município de Barão de Melgaço. Faltam bebedouros e ventiladores para abrandar as altas temperaturas da região pantaneira.
Ariele do Carmo de Araújo, aluna da 5ª série da Escola Municipal da Comunidade de Estirão Comprido sonha em um dia fazer pesquisa em computador com internet. ‘Não temos nem quadra para fazer educação física, só há uma escola deteriorada e suja’, denuncia. Na Escola Municipal de Cuiabá-Mirim Edmilson Santana da Silva agora é que as aulas estão começando por causa das chuvas que tornam o transporte fluvial mais perigoso. Katy Flávia da Silva, da 4ª série e Dorilene da Silva Queiróz, 5ª série pedem ao município pelo menos a quadra e material escolar.
Os alunos denunciam que o descaso é tão grande que só há um filtro de água e um copo para 90 pessoas. No centro de multiuso da comunidade da Boca das Conchas, a professora Jaira Cristina Duarte, 22 anos, se desdobra para dar aulas do pré-escolar à 4ª série. Detalhe: todos os alunos juntos no mesmo espaço em sua residência.
‘Isso não está certo, porque os alunos da 4ª série têm o aprendizado tão precário que não seriam aprovados nem na 2ª série do ensino fundamental’, reconhece Jaira. Há 25 crianças matriculadas, no entanto, somente 18 frequentam as aulas regularmente. Ela avalia que se houvesse transporte escolar fluvial seguramente a frequência seria maior.
O prefeito Antônio Ribeiro argumenta que nunca houve transporte escolar no município, mas que haverá agora pela primeira vez. Reitera pedido de tempo ao Ministério Público para resolver o emaranhado de problema das administrações anteriores. (Cecília Gonçalves. 21/4/09: 22h56).