Alto Taquari: Audiência pública discutirá Bullying entre crianças e adolescentes nas escolas municipais
segunda-feira, 21 de setembro de 2009, 00h00
As constantes reclamações sobre atos de violência física e psicológica praticados pelos próprios alunos nas escolas municipais, em Alto Taquari, motivaram o Ministério Público Estadual a agendar uma audiência pública para discutir a questão do bullying nos estabelecimentos de ensino. Apesar de não existir uma tradução precisa para o português, bullying refere-se a todo tipo de comportamento agressivo que ocorre sem nenhuma razão aparente, com o objetivo de intimidar ou agredir outro indivíduo incapaz de se defender.
A audiência pública está prevista para o dia 21 de outubro, a partir das 14h, na Câmara Municipal de Alto Taquari. “Embora ainda falte um mês para a realização da audiência, já começamos a realizar um trabalho de sensibilização junto à comunidade para que todos participem da discussão”, informou o promotor de Justiça Marcelo Lucindo Araújo.
Segundo ele, diversas mães têm procurado o Ministério Público para reclamar que seus filhos vêm sofrendo atos de violência (física e psicológica) por parte de outros colegas e que as escolas não estão adotando as providências necessárias para combater o problema.
“Embora possa parecer uma questão de menor importância ou mero ato de indisciplina, que deveriam ser resolvidos internamente no âmbito escolar e familiar, o bullying pode levar sua vítima a sofrer de transtornos psicológicos, gerando baixa autoestima, falta de motivação para os estudos, insegurança, tristeza e até evasão escolar, fazendo a criança adotar postura de evitar o convívio social e o contato com o mundo exterior”, explicou o promotor de Justiça.
De acordo com o psiquiatra judiciário Monserrat Martins, que atua no Rio Grande do Sul, no Brasil, há relatos de casos de adolescentes entre 13 e 17 anos que cometeram homicídios por terem sido, anteriormente, vítimas de bullying daquelas pessoas das quais tiraram a vida. Uma das dificuldades que os pais enfrentam em relação ao assunto é identificar se seu filho está sendo alvo desse tipo de comportamento, pois há criança que se sente ameaçada e reluta para falar a respeito do assunto.
“Os pais e as escolas precisam contribuir para a busca de alternativas e solução do problema, pois os estabelecimentos de ensino não podem se transformar em ambientes nocivos e deixar de lado o papel formador de desenvolvimento educacional e psicológico das crianças e adolescentes, alertou Araújo.
A audiência contará com a presença de pais, diretores, coordenadores escolares e das autoridades municipais ligadas à área de educação.