Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

TJDFT: Conscientização sobre acessibilidade: conheça a história de colaboradores(as) com deficiência do TJDFT

segunda-feira, 26 de maio de 2025, 13h27

 

 

No Dia Mundial da Conscientização sobre a Acessibilidade, a campanha Sementes da Inclusão compartilha o dia a dia de trabalho de colaboradores com deficiência que atuam na Coordenadoria de Editoração e Digitalização (CODIG), digitalizando processos judiciais e administrativos. A unidade do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) conta com 130 terceirizados(as) com diferentes tipos de deficiência: auditiva, física, visual, intelectual, psicossocial, múltipla e autismo.

O Dia Mundial da Conscientização sobre a Acessibilidade é celebrado na terceira quinta-feira do mês de maio desde 2012. O objetivo é aumentar a conscientização da população sobre acessibilidade das pessoas com deficiência.

Bom humor e concentração

 

 

Um dos colaboradores da CODIG é Wanderson Lustosa. Ele é surdo, cego e tem mobilidade reduzida. O seu trabalho inclui a higienização e verificação dos processos judiciais físicos, anterior à etapa de digitalização. Sua marca registrada no trabalho é o bom humor e a concentração nas atividades.

Quando Wanderson Lustosa foi contratado, a equipe de supervisão o acompanhou e treinou para garantir o deslocamento com segurança de sua casa, na Ceilândia, até a sede da CODIG no Guará, por meio do metrô e ônibus. O colaborador também conta com piso tátil desde a entrada até sua mesa, que fica próxima ao banheiro para maior acessibilidade. A comunicação com os colegas e com a chefia é feita por meio da Libras Tátil, uma adaptação da Libras que utiliza o tato para transmitir os sinais.

Empatia e liberdade

 

 

Quem também trabalha na CODIG é Andressa Sampaio, autista nível 2. Ela é bacharel em Direito e estudante de Libras. Andressa conta que iniciou a segunda graduação para se comunicar melhor com os colegas.

No dia a dia do trabalho, a colaboradora tem liberdade para levantar e se mover quando percebe que está se desregulando por conta da alta sensibilidade a ruídos. Ela também pode trabalhar em uma mesa menos exposta a movimento e interação com outras pessoas. Andressa e os outros colegas que são autistas também tiveram acesso a abafadores de ruído.

Aqui é minha segunda casa, é um lugar onde eu encontro paz”, declara.  Ela conta que a equipe e a supervisão sabem que alguns movimentos que realiza, conhecidos como estereotipias, têm a função de ajudar a se regular.  

No CODIG, trabalham também as colaboradoras Maria do Perpétuo Socorro, que é surda e autista; Léia Souza, pessoa surda e mulher trans; Jovelina Portela, pessoa com deficiência auditiva e psicossocial; e Pedro Teles que é pessoa com deficiência auditiva e física.

Ambiente inclusivo

 

 

O gerente Ronaldo Matos e a coordenadora Maria dos Reis lembram que o ambiente inclusivo oferecido pelo TJDFT na CODIG foi uma construção. A unidade, aliás, foi a primeira oportunidade para muitos(as) terceirizados(as).

“Cada pessoa é única e tem suas necessidades e qualidades. Estamos atentos para compreender quais são as adaptações necessárias para a inclusão de cada colaborador(a) e a pessoa passa pelos diferentes setores antes de definirmos qual o trabalho que ela irá desempenhar. A capacidade de foco, concentração e rendimento de trabalho das pessoas com deficiência é impressionante. Nossa meta de produtividade é alcançada com sucesso todas as semanas. Aqui foi o primeiro emprego para muitos e muitas. Foi uma construção em equipe. Para além da produtividade, construímos um processo de humanização” relatam.

TJDFT adaptou a unidade para oferecer acessibilidade arquitetônica, como rampas, banheiro adaptado, portas e corredores com largura para passagem de pessoas com cadeira de roda, piso tátil, identificação em braile, ambientes com iluminação e mobiliário adequados. A equipe de supervisão é composta em sua maioria por pessoas com deficiência que também são intérpretes de Libras.

Desde 2017, o TJDFT tem contrato com a Associação de Centro de Treinamento de Educação Física Especial (CETEFE) para contratação de colaboradores(as) com deficiência. A iniciativa atende à Resolução 401/2021 e à Recomendação 26/2016 do CNJ.

 

 

Fonte: TJDFT


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