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Jornal americano publica matéria com livros inventados por IA e enfurece leitores; entenda

quinta-feira, 22 de maio de 2025, 14h00

Divulgação

 

A edição de domingo, 18, do jornal americano Chicago Sun-Times virou alvo de críticas após a publicação de uma lista de leitura com livros inexistentes e matérias com fontes inventadas, todos gerados por inteligência artificial (IA). O conteúdo fazia parte de uma seção especial de 64 páginas intitulada Índice de calor: seu guia para o melhor do verão.

 

O jornal afirmou em nota que a seção foi feita por um parceiro externo e não teve participação da equipe editorial. A publicação digital da lista foi retirada do ar, e os assinantes da versão impressa não serão cobrados pela edição.

 

Entre as recomendações de leitura, estavam títulos fictícios atribuídos a autores reais, como Nightshade Market, supostamente de Min Jin Lee, e Boiling Point, creditado a Rebecca Makkai. Ambos os livros não existem. O nome do jornalista freelancer Marco Buscaglia, autor da lista, aparece em outras reportagens do jornal, como uma matéria sobre redes sociais que também cita especialistas fantasmas.

 

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Buscaglia admitiu, em entrevista ao próprio Chicago Sun-Times, que usou IA para compilar os dados e não fez a checagem das informações antes de enviá-las à empresa King Features Syndicate, responsável pela produção do conteúdo.

 

‘Estupidamente, e 100% culpa minha, acabei de republicar esta lista que um programa de IA divulgou‘, disse.

 

O caso não se restringe ao Chicago Sun-Times. O também americano Philadelphia Inquirer já chegou a publicar uma seção semelhante com material da mesma empresa e admitiu que parte do conteúdo era ‘aparentemente fabricado, totalmente falso ou enganoso‘.

 

A King Features, por sua vez, informou que encerrou o contrato com Buscaglia por violação de política editorial. Em comunicado, a empresa disse estar trabalhando com os poucos clientes que adquiriram a edição e lamentou o incidente.

 

De acordo com o Chicago Sun-Times, a CEO da Chicago Public Media, Melissa Bell, que administra o jornal americano, classificou o episódio como ‘inaceitável‘ e afirmou que o conteúdo deveria ter sido claramente rotulado como produzido fora da redação. Ela prometeu transparência na apuração e declarou que a organização está reavaliando o relacionamento com o parceiro de conteúdo.

 

Fonte: Gazeta Digital


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