Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

Coordenadoria da Mulher alerta jovens sobre relacionamentos abusivos e violência doméstica

segunda-feira, 17 de março de 2025, 16h45

 

Coibir qualquer indício de violência doméstica ou relacionamento abusivo entre os jovens está entre os compromissos da Coordenadoria Estadual da Mulher em situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (Cemulher/TJMT). Na sexta-feira (14 de março), o projeto “Cemulher e a Lei Maria da Penha nas Escolas” chamou a atenção de mais de 840 alunos do Colégio Salesiano São Gonçalo, em Cuiabá, que acompanharam as explicações sobre a origem e objetivo da Lei n.º 11.340/2006.

 

Atentos à palestra, os alunos do 8º e 9º ano do ensino fundamental e 1ª a 3ª série do ensino médio, com idades entre 14 e 18 anos, entenderam qual papel têm no combate à violência doméstica. As informações foram repassadas pela assistente social da Cemulher, Adriany Sthefany de Carvalho, e pelo psicólogo da Coordenadoria, Danilo da Silva.

 

“É fundamental falar com jovens, adolescentes, que já podem estar nesse processo de namoro e relacionamento. Essa abertura para o diálogo ajuda na identificação dos sinais de alerta de um relacionamento abusivo e, muitas vezes, também consegue identificar no seio familiar algumas situações de violência. Com essas informações, eles têm mais capacidade de fornecer ajuda, auxílio à mulher vítima”, destacou Adriany. 

 

 

O Projeto “Cemulher e a Lei Maria da Penha nas Escolas” prevê o envolvimento da sociedade no combate à violência. O trabalho é desenvolvido em parceria com as Secretarias de Educação municipais e Estadual, além da rede privada. 

 

A proposta, que utiliza a educação como uma ferramenta de prevenção à violência doméstica e familiar, por meio da construção do pensamento reflexivo e crítico, chamou a atenção do padre Hermenegildo Conceição Silva, diretor-geral do colégio Salesiano São Gonçalo.

 

Na avaliação do diretor-geral da unidade, ter porta-vozes do Poder Judiciário na escola demonstra o peso da importância desta temática. “Fazemos um trabalho pedagógico de conversa e de dinâmicas, mas quando temos um grupo especializado que acompanha de perto essa realidade, coroamos esse momento numa coisa bem qualificada”. 

 

 

Ao observar a reação dos estudantes, o padre Gildo, como prefere ser chamado, destacou o envolvimento dos jovens no compromisso de pôr fim à violência de gênero. 

 

“Eles vêm acompanhando esse assunto, eles percebem quando ocorrem situações próximas a eles e eles reagem”.

 

Algumas dessas reações ficaram evidentes no rosto dos alunos quando ouviram os áudios na apresentação, com vozes de mulheres pedindo socorro à Polícia Militar no momento em que estavam sendo agredidas pelos companheiros. “Ouvir as vítimas relatando o que elas sofreram… Não acredito como seria possível que alguém fosse capaz de fazer isso e não tenha empatia”, contou Ian Gabriel Muniz, de 15 anos. 

 

 

Como homem, o jovem afirma que conhece o seu papel social e já contribuiu com o enfrentamento à violência, ao orientar amigas que estiveram em relacionamentos abusivos. “Eu conversei com elas para ajudar mentalmente, falai que se precisasse de alguma coisa poderia chamar a polícia ou outras autoridades”, lembra o jovem.

 

Para Sarah Bernardi, 15 anos, os tipos de violência doméstica chamaram a atenção, especialmente a psicológica. “Chamou a atenção a parte que a gente não percebe muito da violência, tipo a violência psicológica. Foi bom saber mais quais são os sinais de violência ou de agressividade, vou levar esse conhecimento para a vida”. 

 

 

Formas de violência

 

A Lei Maria da Penha tipifica cinco formas de violência contra a mulher que devem ser combatidas: física, psicológica, sexual, patrimonial e moral. O psicólogo da Cemulher, Danillo Cesar Correia da Silva, explicou como elas ocorrem e o porquê esse conhecimento deve ser reforçado junto à sociedade. 

 

“No caso da violência psicológica, é difícil a pessoa assumir e provar e só as vítimas podem externar o que está passando. Nesses casos, ainda existe o preconceito, o medo e a dificuldade de provar, por isso a palavra da mulher é considerada e tem grande peso na denúncia. Por isso, a Lei Maria da Penha é a terceira melhor lei de proteção à mulher do mundo”.

 

 

Cemulher nas Escolas

 

A Cemulher é composta por uma equipe multidisciplinar que, a cada trimestre, organiza palestras nas escolas de Cuiabá. A ação leva palestras, rodas de conversa, materiais audiovisuais e impressos (fôlder e cartilhas).

 

Por meio do diálogo com alunos e servidores das escolas são tratados temas como: violência doméstica e familiar; as várias formas de violência, campanha Sinal Vermelho; botão

 

do pânico e atendimentos disponíveis na Rede de Enfrentamento.

 

Em 2024, mais de 50 turmas foram atendidas. Desde o início do projeto, mais de 14 mil alunos foram impactados pelo projeto. 

 

Fonte: TJMT

 

 


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