Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

COM USINA DE RECUPERAÇÃO ENERGÉTICA

Lixo urbano do Vale do Rio Cuiabá pode alimentar consumo elétrico de 85 mil casas, aponta levantamento

por Michael Esquer

quinta-feira, 10 de março de 2022, 14h40

Lixo urbano do Vale do Rio Cuiabá pode alimentar consumo elétrico de 85 mil casas, aponta levantamento

 

O lixo urbano do Vale do Rio Cuiabá pode produzir uma quantidade de energia capaz de alimentar o consumo elétrico de 85 mil residências, caso uma usina de recuperação energética (URE) de 23 MW seja instalada em sua região metropolitana. Esta é a possibilidade apresentada, nesta terça-feira (22), em levantamento realizado pela Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (Abren).

 

De acordo com a assessoria da Abren, o Vale do Rio Cuiabá foi apontado como uma das regiões com maior potencial de geração de energia a partir do lixo urbano. O presidente da entidade, Yuri Schmitke, foi quem apresentou a possibilidade durante o webinar “Potencial energético na Bacia do Alto Paraguai”.

 

Na ocasião, Schmitke disse que a instalação de uma URE totaliza uma produção de energia na ordem de 181 mil MWh/ano, o que também é suficiente para suprir o consumo de 85 mil residências. A iniciativa envolveria investimentos de cerca de R$ 815 milhões, podendo gerar 1,3 mil postos de trabalho diretos e indiretos.

 

Ainda conforme a assessoria da Associação, outro fator positivo, seria a arrecadação de R$ 1,1 bilhão em tributos durante o período de operação da usina, estimado em 40 anos. “Esse tipo de empreendimento, que oferece diversos benefícios ambientais, também é considerado mundialmente a solução mais adequada para resolver o problema dos resíduos sólidos urbanos”, disse Schmitke.

 

Com pouco mais de 1 milhão de habitantes, a região metropolitana do Vale do Rio Cuiabá produz mais de 934 toneladas de lixo por dia, que somam 341 mil toneladas por ano. Por isso, segundo a Abren, uma URE pode ser viabilizada por meio de um consórcio.

 

A sugestão da Associação, seria um consórcio realizado entre as cidades de Acorizal, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Nossa Senhora do Livramento, Santo Antônio de Leverger e Várzea Grande, como prevê o novo Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020).

 

Durante a vida útil da usina, a cidade pode evitar a emissão de 18,4 milhões de toneladas de CO2, além de recuperar 356 mil toneladas de metais ferrosos e não ferrosos, sendo que a maior parte das cinzas podem ser reaproveitadas pela construção civil e pavimentação.

 

“Além disso, o tratamento adequado do lixo evitaria gastos da ordem de R$ 420 milhões para a saúde pública, relacionados a doenças causadas pela exposição dos cidadãos a condições insalubres de lixões, além de mitigar os gastos com danos ambientais provenientes do armazenamento inadequado de resíduos, estimados em R$ 600 milhões”, destacou Schmitke durante o webinar.

 

Para a Abren, o projeto de uma URE colabora ainda com a economia circular, pois auxilia na gestão mais eficiente dos recursos naturais existentes e otimiza o ciclo de reciclagem, contribuindo também com os coletores de materiais recicláveis.

 

Sobre a ABREN

A Associação Brasileira de Recuperação Energética de Resíduos (ABREN) é uma entidade nacional, sem fins lucrativos, que tem como missão promover a interlocução entre a iniciativa privada e as instituições públicas, nas esferas nacional e internacional, e em todos os níveis governamentais. A ABREN representa empresas, consultores e fabricantes de equipamentos de recuperação energética, reciclagem e logística reversa de resíduos sólidos, com o objetivo de promover estudos, pesquisas, eventos e buscar por soluções legais e regulatórias para o desenvolvimento de uma indústria sustentável e integrada de tratamento de resíduos sólidos no Brasil.

 

Fonte: Olhar Direto


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