Ministério Publico do Estado de Mato Grosso

NuTrad comemora três anos de atuação na acessibilidade, diversidade e defesa dos direitos humanos

sexta-feira, 10 de junho de 2022, 16h30

Brasília - A comunicação é essencial para que a justiça se concretize, e a língua de um povo é o principal meio para se comunicar e ser ouvido. Para acabar com as barreiras linguísticas, a Defensoria Pública da União (DPU) criou o Núcleo de Tradução (NuTrad), que amplia a capacidade de assistência internacional por meio de traduções, versões e interpretações. Na quarta-feira (8), o órgão comemorou três anos de atuação.

 

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O subdefensor público-geral federal Jair Soares Júnior é um dos idealizadores do Núcleo de Tradução (NuTrad) que é responsável por traduzir mais de 3 mil páginas de documentos, como documentos de assistidos em processos de assistência jurídica internacional, notas técnicas, informes, relatórios, resumos executivos, portfólios, resoluções e portarias, além de auxiliar nas interpretações de assistidos que não falam ou compreendem o português.

 

De acordo com Jair Soares Júnior, o Núcleo de Tradução é uma ferramenta importante para promover direitos humanos.“O NuTrad serve para romper barreiras linguísticas de acesso à justiça, a direito de grupos vulneráveis e a direitos humanos. Muitas pessoas não possuem condições econômicas e organizacionais, por estarem em situação vulnerabilidade, nem sequer a prover acesso à justiça e encontram na ausência de compreensão do idioma uma barreira prévia para o exercício de direitos”, explicou Jair.

 

O principal objetivo do NuTrad é permitir o andamento de ações judiciais e extrajudiciais, mediações e resoluções de conflitos de pessoas que não possuem condições de pagar por serviços de tradução ou interpretação. O projeto é resultado de um acordo de cooperação com a Universidade de Brasília (UnB). “O Nutrad serve justamente para romper essa primeira barreira ou para construir uma estrutura que possa dar opções para conseguirmos cumprir esse objetivo”, afirmou. 

 

Reconhecimento

 

Recentemente, o NuTrad foi classificado para a 2ª etapa da 19ª edição do Prêmio Innovare. A premiação é composta por etapas. Na primeira fase é encaminhado um formulário eletrônico para triagem. Na segunda fase é realizada uma entrevista. As duas já foram cumpridas com êxito. Em outubro devem ser divulgados os finalistas e em dezembro, o Brasil conhece as práticas vencedoras. O objetivo da premiação é reconhecer e disseminar práticas transformadoras no sistema de Justiça do Brasil. O destaque para 2022 serão as iniciativas que representem esforços para fomentar a educação e a cultura no país.

 

Parceiros de atuação

 

A DPU e o Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH) têm uma atuação muito articulada. As instituições trabalham juntas para poder avançar, melhorar e implementar políticas e práticas em favor dos migrantes e dos refugiados. De acordo com a presidente do Instituto, irmã Rosita Milesi, que atua na área há décadas, a parceria é muito acertada.

 

“Nós temos sido parceiros permanentes da DPU. Tivemos várias ações concretas tanto em favor de grupos de migrantes, quanto em favor de causas onde, por exemplo, nós atuamos como amicus curiae e a DPU foi nossa defensora”, contou. “Então, o que podemos fazer é continuar a estreitar relações, partilhar dificuldades e debater sobre os pontos em que ainda temos que melhorar”, afirmou.

 

Homenagem

 

A comemoração dos três anos do NuTrad homenageou o subdefensor público-geral federal, Jair Soares Júnior, que deixa o cargo em 14 de junho depois de dois mandatos. “Sempre foi um desafio. Conheci dois presidentes, auxiliei três defensores públicos-gerais federais. Foram períodos de bastante desafio, porém fica o sentimento de que algo significativo foi construído, de que sementes foram plantadas. O NuTrad é uma dessas sementes que hoje faz a diferença na vida de milhares de pessoas em situação de vulnerabilidade”, contou.

 

A professora da Universidade Federal Fluminense Bernardina Leal, cedida para a DPU, também foi homenageada. Assim como Jair, Bernardina foi uma das idealizadoras do Nutrad. "Por apostar no potencial das parcerias e nas articulações interinstitucionais é que efetivei o Acordo de Cooperação Técnica com a UnB, que já havia sido elaborado”, afirmou.

 

 “Essa experiência no NuTrad foi muito desafiadora, enriquecedora e maravilhosamente constituída por uma equipe competente, sensível e envolvida com as questões de natureza defensorial. Nesse período, nós nos engajamos muito na luta pelos direitos, principalmente linguísticos e culturais, de pessoas em situação de vulnerabilidade. E isso nos levou a ampliar o escopo das nossas ações pensando não apenas nos processos de assistência jurídica internacional, mas em todo um trabalho de formação de intérpretes tradutores e na formação das equipes do Sistema de Justiça”, disse.

 

“Isso nos encheu de orgulho e de contentamento. A homenagem de hoje me fez sentir muito feliz e com uma vontade ainda maior de retribuir cuidado à todos que precisam da atenção da DPU. Me senti pertencente a uma instituição que luta pelo resgate de direitos básicos e ampliação de direitos sociais”, concluiu.

 

O defensor público federal Fernando Mauro Jr, que substituirá Jair Soares no cargo de subdefensor público-geral federal, também compareceu ao evento.

 

 

 

Fonte: DPU


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