Unidade Penitenciária de Sinop é exemplo de ressocialização de recuperandos por meio do trabalho
quarta-feira, 15 de março de 2023, 15h14
A Penitenciária Osvaldo Florentino Leite (Ferrugem) é reconhecida pelo Grupo de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário e Socioeducativo de Mato Grosso (GMF/MT) como um bom exemplo de ressocialização de recuperandos no Estado.
Por meio do trabalho intramuro e extramuro, 168 pessoas privadas de liberdade recebem oportunidades para voltarem a um bom convívio com a sociedade.
A penitenciária conta atualmente com 802 recuperandos e além das atividades de trabalho oferece também remição pela leitura para 69 participantes e ensino escolar para 154 recuperandos.
Projeto Revida – a unidade prisional possui uma oficina de corte, costura e serigrafia, com 16 integrantes.
Os trabalhadores têm à disposição 37 máquinas, das mais variadas especialidades, para produzir calças, bermudas, camisetas, uniformes estudantis, jalecos, agasalhos, bolsas de transporte, máscaras, coadores de café, aventais, macacões descartáveis e impermeáveis, entre outras peças.
As pessoas privadas de liberdade inseridas no Projeto Revida são contratadas por uma malharia privada da região e confeccionam cerca de 30 mil peças por mês, as quais são destinadas para prefeituras municipais e empresas privadas do interior de Mato Grosso.
O recuperando C.M.D trabalha há dois anos no projeto e conta que foi por meio desta oportunidade que pode aprender, por meio de cursos oferecidos dentro da unidade, o ofício da costura. “Nós começamos com oito máquinas e produzíamos 200 peças por mês. Hoje são cerca de 20 a 30 mil peças confeccionadas mensalmente por meio do trabalho de recuperandos.”
“Até entrar aqui eles não conheciam uma máquina, agulha ou linha. Hoje essas mesmas pessoas são profissionais da área. Tudo que é produzido em uma grande malharia, esses 16 recuperandos têm a capacidade de fazer com a mesma qualidade de qualquer outra empresa”, explica o recuperando.
O trabalhador conta que a atuação do ateliê foi muito importante durante a Pandemia da Covid-19. “No auge da pandemia pudemos ajudar, conseguimos produzir 17 mil máscaras/mês que foram doadas para hospitais e outras instituições da região.”
O recuperando também refletiu sobre a estigmatização que as pessoas privadas de liberdade enfrentam na sociedade e das transformações possíveis por meio da ressocialização.
“Nem todo mundo que está aqui é bandido. Às vezes, um erro na vida de alguém pode trazê-lo pra esse lugar. E é através dessas oportunidades que as pessoas estão tentando voltar às suas vidas. Já aqueles que viviam do crime, sim, esses estão podendo mudar de vida com uma oportunidade de trabalho como essa, completa C.M.D.”
Fonte: TJMT